O ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou nesta segunda-feira (20), em entrevista ao Roda Viva, na TV Cultura, que não pretende ser candidato à Presidência nas próximas eleições.
Moro tem o índice de aprovação mais alto entre os avaliados que compõem o governo de Jair Bolsonaro. Apesar disso, o ministro diz que não planeja disputar o Palácio do Planalto. O ministro ainda ressaltou que o atual presidente deveria ser o candidato em 2022.
“Não tenho esse tipo de ambição. Temos de ter os pés no chão. Existe a frase antiga e famosa que diz: `sic transit gloria mundi` (toda a glória no mundo é transitória, de acordo com a tradução latina) “, disse o ex-juiz. “”Os ministros do Governo são para apoiar o presidente. Essa é a maneira natural”, acrescentou.
Na comparação com o próprio Bolsonaro, os índices de aprovação e confiança em Moro estão bem acima. Conforme o Datafolha, 53% aprovam a atuação de Moro contra apenas 30% do presidente. O mesmo instituto diz que 33% confiam no ministro da Justiça, enquanto a confiança em Bolsonaro é de 22%.
“Esses assuntos de popularidade vêm e vão, eles passam, e o importante para mim é fazer o meu trabalho como ministro da Justiça e foi isso que estabeleci com o Presidente. Acho que estamos no caminho certo”, disse Moro.
Apesar de frisar várias vezes que não seria candidato, o ministro da Justiça destacou que não assinaria documento público se comprometendo a ficar fora das eleições. “Não faz sentido assinar um documento desses, porque muitas pessoas assinaram e depois rasgaram”, argumentou.
Sem polêmicas
Moro se esquivou de todas as questões envolvendo as polêmicas do governo Bolsonaro. “Não contrario publicamente o presidente”, deixou logo claro o ministro. O ex-juiz ainda pediu respeito quando um dos jornalistas o questionou se a atriz Regina Duarte, provável nova secretária de Cultura, entrou para o “Tinder do governo”.