O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido para que haja reforço do policiamento no entorno da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que segue em prisão domiciliar. O despacho foi publicado na tarde desta segunda-feira (25) e foi motivado por um pedido do Partido dos Trabalhadores (PT).
PF cita asilo político na Argentina
A própria Polícia Federal (PF) aponta que Bolsonaro oferece risco de fuga após a descoberta de uma minuta de pedido de asilo político na Argentina. Sem contar que ele já ficou escondido na embaixada da embaixada da Hungria em fevereiro de 2024, logo após ser alvo de buscas da PF, segundo revelou o jornal The New York Times na época.
No fim de semana o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, divulgou vídeo próximo de onde mora Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar, no qual o deputado relata que o PT teme uma possibilidade de fuga do ex-presidente.
No vídeo ele pede “reforço urgente e imediato do policiamento ostensivo e discreto nas imediações do endereço residencial de Jair Messias Bolsonaro, bem como da manutenção e constante checagem do sistema de monitoramento eletrônico [tornozeleira eletrônica], de forma a assegurar a eficácia da medida cautelar”.
O PT formalizou a preocupação em ofício à Polícia Federal que remeteu o pedido para constar nos autos do processo da trama golpista cujo relator é Alexandre de Moraes. Agora, com o despacho do ministro, a questão foi passada à PGR, que tem até cinco dias para se manifestar.
É infantil achar que uma tornozeleira eletrônica vai impedir Bolsonaro de fugir” – Lindbergh Farias
Prisão domiciliar a dez minutos da Embaixada
O deputado fez questão de indicar que a rota entre a casa de Bolsonaro e a Embaixada dos EUA pode ser feita em 10 minutos.
Farias ainda cita a pesquisa da Genial/Quaest divulgada também nesta segunda-feira, que mostra que mais da metade dos brasileiros (55%) acredita que a prisão domiciliar de Bolsonaro foi justa. Como mostrou o Diário de Goiás, no levantamento, 39% dizem que a prisão é injusta e 6% não sabe ou não respondeu.
Alexandre de Moraes também encaminhou para a PGR avaliar as respostas da defesa de Bolsonaro sobre um possível descumprimento de medidas cautelares. Os fatos foram apontados no relatório final da PF que indiciou o ex-presidente e um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por coação no curso do processo e tentativa de abolição do estado democrático de direito. A PGR ainda irá se manifestar.
Jair e Eduardo são acusados de terem articulado junto aos Estados Unidos a aplicação de sanções a autoridades brasileiras com o intuito de interferir no julgamento da ação penal da trama golpista. A AP tem como o principal indiciado o ex-presidente e começará a ser julgada no dia 2 de setembro.
A defesa de Jair Bolsonaro não se posicionou ainda.
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