Nos últimos dias, dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) e pela Secretaria Municipal (SMS) de Goiânia, têm apontado que, tanto os casos de Covid-19, quanto o número de internações em decorrência da doença, têm voltado a crescer na Capital e no Estado. Para especialistas, as estatísticas mais recentes indicam de que o risco de se contaminar com a Covid-19 não diminuiu, embora os óbitos tenham apresentado queda em decorrência da vacinação.
Para se ter uma ideia, na Rede Estadual, a taxa de ocupação nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados ao tratamento da Covid-19, nesta segunda-feira (27/06), chegou a 81,17%, com apenas 16, dos 91 leitos, disponíveis para internação. Outros 69 estão ocupados. Já a taxa de ocupação nos leitos de Enfermaria, chegou a 100%, com 39 dos 40 leitos ocupados. Há, ainda, outro leito, que encontra-se bloqueado para internação.
Para o médico infectologista Boaventura Braz, o risco aumentou porque a transmissibilidade do vírus está alta. “O que diminuiu, em contrapartida, foi o percentual de pacientes que estão internados quando estão infectados, além do número de óbitos, diante do volume de pessoas contaminadas”, destaca.
Já na visão do infectologista Robert Fabian Crespo Rosas, professor de Medicina do Centro Universitário São Camilo – SP, os dados indicam que estamos diante de um novo perfil da Covid-19. “Nos encontramos em um novo momento da pandemia. Temos várias variantes circulando, e há um grande número de pessoas adquirindo a doença de forma mais intensa devido à queda dos anticorpos protetores. O risco de contaminação aumentou porque temos, novamente, números elevados de pacientes positivos”, destaca Rosas.
De acordo com o professor de Medicina, o momento em que vivemos se trata da quarta onda de Covid-19. Para ele, isso se deve, essencialmente, a dois fatores fundamentais: a suspensão da obrigatoriedade do uso de máscara de proteção facial e o atraso na aplicação da 3ª dose de reforço em quase 50% da população.
Rosas faz um alerta para o risco de nova contaminação por quem teve Covid-19 recentemente. Segundo ele, a princípio, era possível considerar que o paciente estaria protegido por até 90 dias após a contaminação pela doença, mas este cenário também mudou. “Temos observado novas contaminações com 20 dias de intervalo. Isso porque já temos novas variantes da Ômicron disseminadas em todo o país”, ressalta.
O alerta também é reforçado por Braz: “A reinfecção é uma situação rara, mas não é impossível. Dentro da [variante] Ômicron, temos 4 subvariantes, então isso aumenta o risco de contaminação. Mas, vale lembrar que pessoas com idade avançada ou comorbidades, têm um risco maior de contaminação”, pontua.
As orientações, de acordo com os especialistas, são as velhas conhecidas da população: manter o uso da máscara, principalmente em ambientes fechados e durante aglomerações em ambientes abertos, atualizar a vacinação para Covid-19 e continuar a usar álcool em gel.
Em Goiás, dados divulgados pela SES-GO dão conta que os casos confirmados de Covid-19 no Estado já somam 1.478.735. O número de óbitos em decorrência da doença chegou a 26.824. Já em Goiânia, são 346.370 casos confirmados e 7.634 óbitos. Nas últimas 24 horas, foram registrados 3.556 novos casos no Estado e 519 em Goiânia, segundo os últimos boletins epidemiológicos, publicados respectivamente nesta segunda (27/06) e no último sábado (25).