12 de setembro de 2024
Insatisfação • atualizado em 31/03/2023 às 21:59

Minuta do projeto que muda regime do Ipasgo ainda preocupa servidores

Sindicalistas apontam que os servidores ficarão no prejuízo. Uma nova audiência pública será realizada no próximo dia 10
Minuta do projeto foi disponibilizada nesta quinta-feira (30). (Foto: Divulgação)
Minuta do projeto foi disponibilizada nesta quinta-feira (30). (Foto: Divulgação)

A minuta do projeto de lei que muda o regime jurídico do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo), que foi disponibilizada ainda nesta quinta-feira (30/03), não foi bem vista por servidores e sindicalistas, ouvidos pelo Diário de Goiás ao longo desta sexta-feira (31/03).

De acordo com o instituto, a mudança é uma determinação do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO). Com a alteração, o Ipasgo deixa de ser uma autarquia estadual para se transformar em um Serviço Social Autônomo (SSA).

Ao Diário de Goiás líderes sindicais e representantes dos servidores afirmam que o projeto não atende os servidores públicos, que segundo eles, ficarão no prejuízo. Para o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol), Renato Rick, o projeto não contempla a categoria.

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“Mais uma vez o servidor público fica em prejuízo . O que a gente mais pede neste momento é que o debate seja prolongado e bilateral entre servidores e governo” destaca Renato.

Segundo Rick, a forma de como está sendo feita a mudança de natureza jurídica do Ipasgo, está sendo muito rápida. “Estamos sendo atropelados”, afirma.

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Nesta sexta-feira (31), o futuro do Ipasgo foi o centro das discussões em uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa (Alego).

Presente na audiência, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Goiás (Sindipúblico), Nylo Sérgio, alerta para o aumento de valores cobrados, mesmo que descontados diretamente da folha de pagamento dos servidores, e teme prejuízo.

“O que não pode acontecer é, os servidores e demais usuários do Ipasgo ficarem sem assistência médica adequada e com um preço justo”, disse.

Além disso, o Sindpúblico também está preocupado com os 239 servidores do instituto. Para Nylo, a transferência desses profissionais à Sead deve acarretar perda na contagem de tempo de serviço em 5 anos, atrasando suas aposentadorias ou reduzindo seus valores monetários no ato de se aposentarem.

Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, o projeto não atende em nada os servidores públicos. “Não queremos que mexa no nosso plano de saúde”, destaca Bia.

Segundo Bia, não adianta o governo falar que não se trata de privatização do instituto. A presidente do Sintego ressalta que essa mudança de caráter jurídico é uma privatização do plano sem sem o governo perder o controle.

“Essa mudança não nos atende em absolutamente nada. Ela será excelente para o governo, mas péssimo para os servidores”, completa.

Minuta

O texto da minuta é resultado da consolidação de estudos técnicos, realizados por quase um ano, sobre as melhores possibilidades para a gestão e sustentabilidade do instituto ao mesmo tempo em que corrige a inadequação relativa à Receita Corrente Líquida (RCL),que contabiliza os descontos feitos em folha de pagamento dos servidores, apesar desses recursos serem direcionados para a assistência à saúde prestada pelo Ipasgo e também reflete as discussões realizadas até agora, quatro delas com servidores e líderes sindicais, e as sugestões recebidas.

Além da consulta pública, que permite acesso à íntegra do documento e também o envio de sugestões, o Ipasgo vai realizar, no próximo dia 10, uma audiência pública sobre a proposta que transforma a autarquia em um Serviço Social Autônomo (SSA), regido pelo Governo de Goiás, mas regulado e fiscalizado pela Agência Nacional de Saúde (ANS), o que, entre outros benefícios, ampliará o rol de cobertura e o acesso a dependentes, a exemplo da possibilidade de inclusão de pai, mãe, filhos maiores e casados. 


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