28 de novembro de 2024
TENTATIVA DE GOLPE

Militar lotado em Goiás envolvido em tentativa de golpe está sendo ouvido na PF

Ele é o único dos investigados que ainda não foi indiciado por participação em uma tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
Militar investigado é lotado em Goiânia - Foto: Rafa Neddemeyer / Agência Brasil
Militar investigado é lotado em Goiânia - Foto: Rafa Neddemeyer / Agência Brasil

O tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, um dos quatro militares das forças especiais do Exército alvos da Operação Contragolpe, deflagrada no último dia 19, presta depoimento nesta quinta-feira (28) à Polícia Federal (PF). Azevedo é lotado em Goiânia, está preso no Rio de Janeiro há dez dias, e é o único dos investigados que ainda não foi indiciado por participação em uma tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A prisão dele surpreendeu o alto comando do Exército porque até então o oficial não aparecia ligado aos grupos extremistas que fazem parte das Forças Armadas.

Segundo o advogado Jeffey Chiquini, o militar vai procurar “esclarecer todos os questionamentos” que lhe forem feitos. Além disso, informou a Agência Brasil, a defesa fará uma coletiva de imprensa no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (29), para comentar a suposta participação do tenente-coronel no esquema.

Segundo a PF, a partir de novembro de 2022, Azevedo, junto com o general da reserva Mário Fernandes; os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e o policial federal Wladimir Matos Soares participaram de “ações operacionais ilícitas” que, entre outras coisas, previam o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva; do vice Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. O objetivo, de acordo com a PF, era “impedir a posse do governo legitimamente eleito e restringir o livre exercício da Democracia e do Poder judiciário brasileiro”.

Militar que está prestando depoimento ainda não foi indiciado pela PF

Dos cinco presos na Operação Contragolpe – detidos com a autorização do próprio ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF -, só Azevedo não figura entre as 37 pessoas que a PF indiciou na última quinta-feira (21), por tentativa de golpe de Estado após as últimas eleições presidenciais.

No relatório já entregue à Procuradoria-Geral da República – órgão ao qual cabe oferecer denúncia contra os indiciados; pedir o arquivamento do inquérito ou exigir o aprofundamento das investigações -, a PF afirma ter reunido provas da “participação do militar, um [chamado] Kid Preto [ou seja, membro das Forças Especiais do Exército], Rodrigo Bezerra Azevedo, na ação clandestina do dia 15 de dezembro de 2022, que tinha o objetivo de prender/executar o ministro Alexandre de Moraes”.


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