O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (SET) confia que o serviço na Região Metropolitana de Goiânia poderá ser normalizado a partir de segunda-feira (21). Desde sábado (19), funcionários das quatro empresas que operam o transporte estão parados.
Neste período, o SET se reuniu com a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) duas vezes, mas não houve acordo. Apesar disso, o presidente do sindicato, Adriano Oliveira, acredita que o usuário terá os ônibus circulando novamente já na segunda.
“Creio que (os usuários) podem ficar otimistas. Ainda temos que finalizar essa negociação com os trabalhadores, mas acho que podem ficar otimistas sim. Estamos nos empenhando muito e acreditamos muito nos nossos trabalhadores também, pois eles têm responsabilidade. Estou otimista e gostaria de transmitir esse otimismo para as pessoas”, disse ao Diário de Goiás.
Os trabalhadores reivindicam salários atrasados de novembro e parte do 13º, além de uma estimativa do pagamento dos vencimentos de janeiro. Mesmo sem o acordo com a CMTC e a Prefeitura de Goiânia, o SET informou que negocia uma solução para não estender a paralisação. “Estamos conversando com os trabalhadores para buscar uma solução com eles”, destacou Oliveira.
De acordo com o presidente do SET, se houvesse acordo com o poder público, a questão seria solucionada mais facilmente. Todavia, Oliveira ressalta que “uma coisa não pode depender da outra”. “O assunto dos trabalhadores é o que temos que encerrar. Estamos nos empenhando muito para anunciar para a população o retorno do serviço de transporte”, afirmou.
SET quer adesão ao plano emergencial
A proposta feita pela CMTC, em conjunto com a Prefeitura de Goiânia, foi de repassar R$ 1,8 milhão às empresas a partir do mês de dezembro e para os meses seguintes, de janeiro a junho. A próxima administração, que toma posse em 1º de janeiro, seria responsável pelo repasse de uma parcela do déficit operacional mensal das concessionárias.
Contudo, segundo o presidente do SET, esse acordo não atenderia às necessidades das empresas. “Nem entendemos como proposta. Não era o que estávamos pedindo. Nosso pedido é a adesão das prefeituras ao plano emergencial proposto pelo estado de Goiás no âmbito da ação civil pública do Ministério Público”, explicou.
O plano emergencial citado por Oliveira divide entre o estado e os municípios da região metropolitana o déficit operacional das empresas. O governo estadual já ratificou o acordo, mas as cidades não aderiram.
O desequilíbrio operacional, conforme o sindicato patronal, já supera R$ 70 milhões considerando o período em que se iniciou a pandemia de covid-19. A proposta, argumenta Oliveira, cobriria apenas os déficits mensais daqui para frente, postergando a solução do rombo total.
“O que o setor espera da prefeitura de Goiânia e das demais prefeituras é o comportamento que o estado teve. O estado propôs uma solução, tendo em vista o gravíssimo desequilíbrio do sistema de transporte, e as prefeituras precisam fazer a mesma coisa. O caminho é a adesão dos municípios ao plano emergencial ou que apresente um outro plano”, afirmou.
A CMTC sugeriu que uma nova rodada de negociações se inicie a partir de 1º janeiro, quando os prefeitos eleitos e reeleitos tomarão posse. Adriano Oliveira garante que o SET manterá o diálogo, mas ressalta que ainda não há datas marcadas para novas reuniões.
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