25 de agosto de 2024
Empresas e Negócios

Mercado oferece 10% mais emprego no fim de ano

Há dois meses para um ano novo, o comércio tem vivido dias de intensidade na contratação de funcionários temporários para o período de maior venda. Neste ano, a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (ASSERTTEM) e Caixa Econômica Federal apontam que deve ocorrer um crescimento de 10% se comparado ao último quadrimestre de 2017. A alta deve se dar principalmente por conta da indústria. Em todo o País, os dados da ASSERTTEM esperam 434.429 novos postos de trabalho temporário ofertados entre setembro e dezembro de 2018, ante 394.935 empregos originados no mesmo período de 2017.

Em Goiânia, a caminhada para se tornar o maior polo de moda do País, faz com que a Região da 44 seja o espaço de maior contratação de temporários, direta ou indiretamente. De acordo com a Associação Empresarial da Região da 44 (AER44) nos três últimos meses de 2017, por exemplo, foram cerca de 3,6 milhões de visitantes na região. Para esse ano, a expectativa de movimentação é de aproximadamente 5 milhões de pessoas de várias partes do Brasil, conforme a Secretaria de Planejamento Urbano.

Para o economista Marcus Teodoro, Coordenador e Professor do MBA Perícia e Auditoria Econômico Financeira do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG), o mercado tem se apresentado otimista. “É um cenário melhor, mas ainda desafiador. Inadimplência continua alta, juros altos na ponta e taxa de desemprego elevada. Porém é um momento de esperança na contratação de novos funcionários e de movimentação econômica”, afirma.

Teodoro acredita que a movimentação no mercado pode influenciar em uma melhora para a economia, nos próximos semestres. “A economia está estritamente relacionada com as expectativas e confiança do consumidor”, o especialista também acredita que há uma possibilidade de crescimento moderado para o próximo semestre. “Dependendo do segmento podemos ter taxas de crescimento superior a 5%, mas ainda dependemos muito das medidas e condução das políticas macroeconômicas que o próximo Governo irá utilizar no novo mandato de presidente da república”.

Além do mais, o professor esclarece que o resultado das eleições de 2018 veio de encontro com a expectativa do mercado financeiro. “O País terá mais condições de implementar várias medidas macroeconômicas visando a geração de empregos, aumento da renda e, por conseguinte promover um crescimento econômico de pelo menos 3% ao ano – mínima da meta da taxa de inflação”, assegura.

Temporários podem se tornar bons efetivosDe acordo com o professor do IPOG, mestre em psicologia e especialista em psicologia social, Wadson Gama, o trabalho temporário pode ser um momento de esperança para trabalhadores que estão em busca de um emprego fixo. “Para a empresa é importante ver o perfil deste funcionário. Esse sujeito ficará ao menos três meses trabalhando de forma temporária. Neste caso, a empresa pode observar o seu comportamento e isso irá ajudar na sua possível efetivação. Para o empregado, ele pode mostrar o seu trabalho possibilitando que a empresa lhe conheça e se de interesse o contrate, permitindo também que a empresa dê uma oxigenada no seu efetivo”, considera Wadson.

Conforme o especialista em psicologia social, é importante para o trabalhador temporário demostrar todo o seu empenho como se fosse um funcionário efetivo.

“Para que ele trabalhe de forma eficaz é preciso entender o seu papel dentro da empresa. Ter noção de como é o funcionamento desta empresa e compreendê-la como todo. E o processo diário deve ser feito com sua melhor expertise, sendo um funcionário proativo e que compreenda o funcionamento da empresa com humildade. E é claro ter empatia para saber que está em um lugar onde está sendo observado, buscando assim a sua segurança. E permitindo que seja então lembrado em um futuro com uma vaga disponível”, observa. 

Wadson esclarece que o funcionário já efetivado se sente mais seguro, porque já passou pelo momento de avaliação e já há uma certeza de trabalho. Mas o trabalhador temporário não pode deixar de ter um foco nesses meses. “É precisa saber se segurar para o fim desse período, mesmo assim, apresentando eficácia. Observando o objetivo e a missão dessa empresa”, orienta.

Um dos objetivos do trabalhador temporário é o aumento da renda. Segundo o professor do IPOG, nesse tipo de trabalho há dois importantes perfis de profissionais.

O primeiro é aquela pessoa que está desempregada e em busca do emprego pela sobrevivência e suas necessidades. Nesse caso Wadson sugere que, “esse profissional deve entender que o seu provento precisa ser cuidado para que depois ele possa buscar outro trabalho, caso não haja possibilidade de efetivação imediata”.

Para o segundo caso, há funcionários provisórios que, por exemplo, estão de férias da faculdade. “Esses buscam complementar a renda e utilizam essa questão financeira para ajudar no seu dia a dia”, esclarece Wadson Gama. Apesar de nesse caso, os proventos serem gastos da forma que o funcionário bem entender, possivelmente até para curtir o fim das férias, é preciso que “haja realmente motivação na sua produção, vivenciando o seu cotidiano de forma produtiva e eficaz como se não fosse algo temporário”. 


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