Henrique Meirelles, esteve frente ao Banco Central, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Agência Brasil)
O ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (União Brasil-GO) voltou a fazer críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante entrevista a GloboNews realizada nesta quarta-feira (08/02). Para o economista, Lula está seguindo uma política econômica adotada durante a gestão Dilma Rousseff e que “há pouca probabilidade que dê certo”.
“Aparentemente, ele [Lula] está seguindo agora aquilo que foi exatamente o que aconteceu no governo Dilma. Há pouca probabilidade que dê certo”, afirmou Meirelles. O economista que apoiou o petista durante as eleições presidenciais tem endurecido suas críticas à atual gestão desde que Lula assumiu.
Nos últimos dias, Lula tem atacado a política de juros adotada pelo Banco Central do Brasil e também chegou a criticar a independência do BC. “Não existe nenhuma justificativa para a taxa de juros a 13,5% (sic), é só ver a carta do Copom para ver a vergonha que é esse aumento de juros e a explicação que deram para sociedade brasileira”, afirmou durante posse de Aloizio Mercadante na presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
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Para Meirelles, a cobrança não é uma novidade. Quando foi presidente do BC nos dois primeiros mandatos do petista, o economista presenciou os mesmos pedidos.
Durante a entrevista, Meirelles chegou a relembrar alguns episódios. “Ele [Lula] me dizia: ‘Meirelles, mas se agora você não baixar a taxa de juros, o Brasil não vai crescer’. Ele poderia ter me exonerado, mas não o fez”, rememorou. Mas de acordo com o economista, o contrário aconteceu.
Quando Lula assumiu o primeiro mandato em 2003, a taxa de juros estava em 25,5%, muito acima dos 13,75% que o petista sempre criticou. Mas ao longo do mandato, Meirelles que chegou a aumentar a taxa de juros, apresentou políticas econômicas, alinhadas ao ministério da Fazenda, de Antonio Palocci (PT) e entregou a Dilma Rousseff a taxa de juros em queda abaixo dos dois dígitos.