O pré-candidato do MDB ao Planalto, Henrique Meirelles, vai aproveitar a convenção do partido na quinta-feira (2) para lançar um pacto de confiança, no qual defenderá a política como principal forma de resolver os problemas do país, além do Pró-Criança, um programa social inspirado no ProUni (Programa Universidade Para Todos), só que desta vez, destinado à primeira infância.
Segundo auxiliares, Meirelles vai defender o investimento na educação de base como forma de diminuição da desigualdade. O funcionamento do Pró-Criança, que estará detalhado no programa de governo do presidenciável -ainda sem data de lançamento prevista-, segue a mesma lógica do ProUni, uma das principais bandeiras dos governos do PT.
No programa que ganhou forma com os petistas, estudantes de baixa renda ganham bolsas de estudo em instituições privadas para o ensino superior. Já no elaborado pela equipe de Meirelles, as mães da primeira infância -com filhos de até seis anos- ganhariam uma espécie de voucher para pagar pela educação deles em escolas particulares. A preferência seria para as mães inscritas no Bolsa Família, outra bandeira do PT.
O objetivo, ainda de acordo com assessores do ex-ministro da Fazenda, é que as escolas que aceitarem as crianças do programa ganhem mais benefícios do governo.
Sobre o pacto, a ideia é apostar na narrativa de que o brasileiro precisa resgatar a confiança no país e nas instituições, muito deterioradas durante a crise. A política, na avaliação de Meirelles, é a principal forma de resolver os problemas e ele vai então se apresentar como o homem de confiança que o país precisa.
Com esse discurso, o pré-candidato do MDB tenta atacar Jair Bolsonaro (PSL), seu alvo preferencial e primeiro lugar nas pesquisas sem o ex-presidente Lula (PT). Apesar de estar há 27 anos na política, o capitão reformado se vende como uma espécie de “outsider” antissistema.
Com apenas 1% nas pesquisas, Meirelles vai defender esse paco, com plano de governo e de ação integrados, para, caso seja eleito em outubro, conduzir um país “mais justo e mais livre”.
A convenção do MDB deve chancelar a candidatura do ex-ministro da Fazenda de Michel Temer ao Planalto na quinta.
Meirelles precisa de metade dos 594 votos dos convencionais para ser oficializado o nome do partido à Presidência da República.
Apesar de algumas resistências, principalmente em diretórios do Nordeste, como o de Alagoas, com Renan Calheiros, aliados dizem que a vitória de Meirelles é certa.
Durante a convenção, telões vão exibir o clipe oficial de sua candidatura, com imagens de Meirelles sorrindo e, inclusive, dançando forró. A ideia é mostrá-lo menos sisudo e mais flexível do que a imagem de economista tradicional que o consagrou como ministro da Fazenda de Temer e presidente do Banco Central durante os governos de Lula.
No fim do jingle, o narrador o apresenta como “um irmão que veio lhe ajudar”, com foco no eleitorado evangélico, um dos nichos de investida do presidenciável para tentar deslanchar nas pesquisas. (Folhapress)
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