23 de dezembro de 2024
Saúde • atualizado em 03/06/2024 às 15:24

Médico faz alertas sobre o uso constante de melatonina para dormir; entenda

Especialista chama atenção para uso indiscriminado do chamado "hormônio do sono" e para a importância de acompanhamento médico
A melatonina é utilizada para regular o sono. Foto: Reprodução
A melatonina é utilizada para regular o sono. Foto: Reprodução

A melatonina, um hormônio normalmente produzido pela glândula pineal, tem ficado cada vez mais popular por ter ganhado sua versão em forma de medicamento para ajudar a dormir. Enquanto isso, cresce a discussão sobre quem deve e como se deve ingerir esse composto que promete melhorar a qualidade do sono e saúde geral.

A popularidade é tanta que ela já é chamada de “hormônio do sono” encontrada em diferentes versões no mercado, até mesmo como as populares gominhas. De acordo com o médico intensivista e nutrólogo, José Israel Sanchez Robles, a melatonina realmente regula o ciclo sono-vigília, ajustando-se aos níveis de luz do ambiente, mas há ressalvas.

“À medida que a noite cai, a produção de melatonina aumenta, sinalizando ao corpo que é hora de descansar. Além de sua função primordial no sono, a melatonina possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, essenciais para a manutenção da saúde global”, explica o especialista, primeiramente.

Importância do acompanhamento médico

Conforme o médico, tudo depende do uso e das doses indicadas para cada caso específico. “No campo clínico, a melatonina é, sim, frequentemente utilizada para tratar diversos distúrbios do sono, como insônia e jet lag. A eficácia da melatonina nesses casos é bem documentada por estudos científicos. Doses terapêuticas adequadas podem melhorar significativamente a qualidade do sono, reduzir o tempo necessário para adormecer e atenuar os efeitos adversos do descompasso horário causado por longas viagens”, continua o médico.

Contudo, José Israel reforça que, em doses inadequadas seu uso pode resultar em efeitos colaterais como sonolência diurna e dores de cabeça. “A administração de melatonina deve, portanto, ser realizada com cautela. É recomendado iniciar com uma dose baixa, aumentando-a gradualmente conforme necessário e sempre sob supervisão médica. Esse cuidado ajuda a encontrar a dose terapêutica ideal, que maximiza os benefícios sem causar efeitos adversos”, explica ele.

Além dos benefícios para o sono, as propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias da melatonina têm implicações positivas para a saúde geral, o que já foi provado por pesquisas. “Estudos sugerem que a melatonina pode desempenhar um papel na proteção contra diversas doenças, incluindo algumas condições neurodegenerativas. Sua ação antioxidante ajuda a combater os radicais livres, reduzindo o estresse oxidativo e potencialmente retardando processos de envelhecimento celular”, completa José Israel.

Alertas

O médico volta a dizer, porém, que é imprescindível reconhecer que a melatonina não constitui uma solução universal para todas as dificuldades relacionadas ao sono. “Aspectos como hábitos cotidianos, condições do ambiente de repouso e saúde psicológica também exercem influências significativas na qualidade do sono. Portanto, embora a administração de melatonina possa representar um elemento eficaz dentro de uma abordagem mais abrangente, é fundamental que seja complementada por outras medidas de higiene do sono”, pontua.

Com isso, o especialista deixa claro que a melatonina desempenha, de fato, um papel crucial na regulação do ciclo sono-vigília e na promoção da saúde global, mas que é necessário ficar alerta. “Quando administrada de forma adequada, seu uso terapêutico pode trazer benefícios significativos, contribuindo para a melhoria da qualidade do sono e para a minimização dos efeitos do jet lag. No entanto, é crucial utilizar a melatonina com cautela, aderindo às doses recomendadas e sempre sob supervisão médica, a fim de alcançar um equilíbrio saudável e desfrutar de um sono reparador, evitando assim os riscos associados ao seu uso impróprio”, conclui o doutor.


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