Casa de Prisão Provisória (CPP), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (Foto: Divulgação)
Um médico e um enfermeiro são investigados por suspeita de manterem relações sexuais com detentas da Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia, dentro do posto de saúde da unidade prisional. Ao menos uma das detentas engravidou, segundo uma fonte ligada à Direção-Geral de Polícia Penal (DGPP).
Órgão responsável pela administração dos presídios goianos, a DGPP teve conhecimento dos fatos no dia 7 de janeiro e determinou que a Corregedoria Setorial apurasse. Uma sindicância foi instaurada no dia 8 e está em andamento, conforme nota enviada ao Diário de Goiás neste sábado (1º/2).
A nota informa que detentas já foram ouvidas e os profissionais estão sumariamente proibidos de entrar na CPP ou “em qualquer uma das unidades prisionais da DGPP por tempo indeterminado”.
Uma das presas ouvidas, ao que tudo indica, a que está gestante, confirmou as suspeitas e foi transferida de unidade prisional para ter sua segurança preservada. Além disso, a unidade onde ela estava não abriga detentas grávidas.
O médico e o enfermeiro, cujos nomes não foram informados, são funcionários da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia. Eles prestavam atendimento na CPP através de convênio com a DGPP.
Como o caso segue sendo investigado, a nota não detalha, mas indica que questões graves foram verificadas. “Com o andamento das apurações, constataram-se elementos ainda mais robustos de que as práticas irregulares e ilícitas podem, de fato, terem sido praticadas por profissionais da saúde de Aparecida, que prestavam serviços na CPP, em virtude do convênio da DGPP com aquele município”.
Cita ainda que as apurações “elevaram a necessidade de ações mais enérgicas para a garantia do correto processo administrativo de apuração, bem como para preservar elementos de prova que possam evidenciar as irregularidades já anunciadas ou outras que poderão ser verificadas”.
Informações ainda não confirmadas e não citadas na nota, indicam que dois servidores da Polícia Penal também teriam sido investigados e afastados das funções até a conclusão do Procedimento de Apuração Disciplinar.
Nota – Polícia Penal de Goiás
A Polícia Penal de Goiás informa:
“No dia 7 de janeiro de 2025 chegou ao conhecimento da 1ª Coordenação Regional da Polícia Penal uma situação em que, supostamente, servidores da saúde do município de Aparecida de Goiânia estariam mantendo relações libidinosas com presas privadas de liberdade no Posto de Saúde daquele estabelecimento penal.
Na mesma data, a Gerência de Segurança e Monitoramento, em conjunto com a 1ª Coordenação Regional da Polícia Penal, realizaram oitivas iniciais das presas e servidores da saúde. Na oportunidade, houve a transferência inicial da presa para outra unidade prisional, resguardando sua integridade.
A Diretoria-Geral de Polícia Penal determinou a imediata instauração de sindicância preliminar pela Corregedoria Setorial, o que foi feito já no dia 08/01/2025.
Com o andamento das apurações, constataram-se elementos ainda mais robustos de que as práticas irregulares e ilícitas podem, de fato, terem sido praticadas por profissionais da saúde de Aparecida, que prestavam serviços na CPP, em virtude do convênio da DGPP com aquele município. As apurações elevaram a necessidade de ações mais enérgicas para a garantia do correto processo administrativo de apuração, bem como para preservar elementos de prova que possam evidenciar as irregularidades já anunciadas ou outras que poderão ser verificadas.
Um médico e um enfermeiro, funcionários da Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida foram proibidos de adentrar em qualquer uma das unidades prisionais da DGPP por tempo indeterminado.
A Polícia Penal reitera está colaborando com as investigações, e não coaduna com qualquer tipo de conduta que vá contra a integridade física e moral de qualquer pessoa.
Comunicação Setorial da Polícia Penal de Goiás
Goiânia, 31 de janeiro de 2025
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