Ainda não está claro o motivo, mas a médica e professora de Medicina Cláudia Soares Alves, de 42 anos, tinha pedido exoneração da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Itumbiara, no início desse mês. Por causa das férias de julho, o processo ainda não foi concluído. A médica foi presa nesta quarta-feira (24) suspeita de sequestrar uma recém-nascida em Uberlândia.
Ela levou a bebê que estava com a mãe dentro de uma enfermaria do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O roubo foi a 130 quilômetros de distância de Itumbiara, onde a recém-nascida foi recuperada pela Polícia Civil. A informação na delegacia é de que ela seria transferida para Orizona a qualquer momento porque na cidade não há presídio feminino.
A assessoria de Comunicação da UEG informou ao Diário de Goiás nesta tarde que a mulher é professora da instituição há cinco anos. “Cláudia Soares teve sua exoneração a pedido encaminhada no início do mês de julho e, após concluídos todos os trâmites processuais, não fará mais parte do quadro docente da Universidade”, confirmou a assessoria.
O inquérito está sendo presidido pelo delegado Anderson Pelágio da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Itumbiara. Pela manhã, ele informou à imprensa que a mulher justificou que tinha sofrido um surto psicótico. Entretanto, o pedido de demissão no início do mês e objetos para cuidados com um recém-nascido encontrados com ela sinalizam para a possibilidade de premeditação.
Um advogado se apresentou na Deam como defensor da suspeita, mas não deixou contato registrado, por isso a reportagem ainda não conseguiu ouvir a defesa da médica.
Como mostrou reportagem do DG nesta quarta, a criança foi resgatada pela Polícia Civil de Goiás, acionada para acompanhar o caso. O serviço de Inteligência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) vinha monitorando o veículo da suspeita pouco após a criança ser subtraída pela mulher. O roubo ocorreu três horas após o nascimento, registrado por volta das 20h de terça-feira (23). A esposa de um médico acionou um primo da PRF que por sua vez acinou o Serviço de Inteligência da corporação.
O pai da menina relatou em entrevistas que a suspeita se passou por pediatra, conferiu se a mãe tinha leite e levou a criança com a desculpa de que iria alimentar a recém-nascida. Ela utilizava roupa de médico, luvas, máscara hospitalar e transitava livremente porque tinha um crachá na UFU, onde seria professora de Clínica Médica.
Câmeras do circuito de segurança do HC de Uberlândia registraram a suspeita levando uma mochila onde provavelmente estava a recém-nascida para fora da unidade, até um carro vermelho, apreendido em Itumbiara.
A criança foi localizada na casa da médica sendo cuidada por uma empregada doméstica quando os policiais chegaram. Ela foi encaminhada para cuidados médicos e ainda permanecia em Itumbiara nesta quarta.