O empresário Maurício Sampaio disse, por meio de nota, que desautoriza o advogado Silva Neto por ter pedido o desaforamento do julgamento sobre a morte do radialista Valério Luiz, marcado para começar nesta segunda-feira (07/11).
Sampaio é acusado de ser o mandante do crime, em 2012. No sábado (06/11), Valério Luiz filho usou as redes sociais para alertar sobre o pedido de desaforamento, “tentando tirar o julgamento de Goiânia” para ser julgado “por alguma comarca do interior, onde certamente as vulnerabilidades são maiores”.
Na nota, o empresário declara que o pedido de Silva Neto “se deve, certamente, à sua substituição pelo advogado Ricardo Naves perante no julgamento perante o Tribunal do Júri”. Ele também garante que estará presente no julgamento.
Veja abaixo a nota na íntegra:
Quero informar que eu não apenas desautorizo, mas repudio, com extrema indignação, a súbita atitude do Dr. Silva Neto, ao pleitear o desaforamento do julgamento. Isso se deve, certamente, à sua substituição pelo advogado Ricardo Naves perante no julgamento perante o Tribunal do Júri.
Assevero que não tenho, nunca tive – e, portanto, nunca manifestei – a absurda intenção de ver suprimido o sagrado direito de ser julgado pelos meus pares, com a sua isenção e a sua legitimidade.
Registro que esse pedido de desaforamento, de cujo expediente se serve o referido advogado em seu ato de explícita sabotagem, não atende a nenhum dos requisitos do artigo 427, queira porque, particularmente a mim, não paira qualquer dúvida acerca da imparcialidade dos jurados, queira porque somente se desafora julgamento para “comarca da mesma região”.
Deixo aqui os meus agradecimentos e a reafirmação de que amanhã estarei presente no julgamento, com a fé que tenho em Deus, a certeza da imparcialidade dos jurados e acompanhado da minha defesa constituída.
O julgamento tem previsão de durar três dias e, portanto, tende a ser concluído na quarta-feira (09/11). Ao todo, 24 testemunhas serão ouvidas. Há 25 jurados, dos quais sete serão sorteados. O juiz Lourival Machado presidirá a sessão, no Plenário do Tribunal de Justiça do Estado de de Goiás (TJGO).
O julgamento já foi adiado quatro vezes. A última, em junho, ocorreu após um dos jurados ter passado mal. Durante a madrugada, ele acabou saindo do hotel em que estava para receber atendimento médico.
Inicialmente remarcado para o dia 5 de dezembro, o julgamento foi antecipado para 7 de novembro por causa da Copa do Mundo do Catar, já que algumas testemunhas são do jornalismo esportivo e estarão na cobertura do evento.
No ocisão, Valério Luiz Filho se mostrou indignado com mais um adiamento. “Para mim, emocionalmente, é muito difícil ficar vindo aqui uma, duas, três, quatro vezes. É uma coisa horrorosa. A gente chegar aqui e ficar sabendo que simplesmente um jurado desapareceu e foi encontrado depois é uma coisa ruim.”
A defesa de Maurício Sampaio, por sua vez, disse que o adiamento foi um decisão do Ministério Público. “Nós deixamos nas mãos do juiz, em total confiança a ele, de ele decidir o que ocorreria. Se seria adiado ou não. Mas o Ministério Público acabou por decidir de não continuar no julgamento”, declarou Silva Neto à época.