Desde janeiro deste ano o espaço está parado para reforma, prevista para ser realizada no primeiro semestre, mas que ainda não começou.

Desta vez o que impede que ela se inicie é o impasse sobre a competência desta obra entre a Secretaria de Cultura do Estado, a Secult e a Agência Goiana de Transportes e Obras, a Agetop.

Publicidade

Em agosto ocorreu o processo de licitação pela modalidade  “Menor Preço”, em que a empresa Marsou Engenharia foi licitada. No entanto, a Procuradoria Geral do Estado, a PGE, questionou o fato de a Secult coordenar reforma, pois a Agetop é o órgão competente para reformar os aparelhos do Estado.

Publicidade

Segundo o administrador das salas de espetáculo da Secult, Márcio Mário da Paixão Júnior, o Martim Cererê tem particularidades, como a acústica dos teatros, e, pelo fato de ser um patrimônio tombado pelo Estado, a pasta resguarda o direito de fazer a reforma. “Estamos nos empenhando para que a reforma se inicie o mais rápido possível”, explica. Questionado sobre o impasse, Márcio Júnior é categórico: “Estamos confiantes!”

Publicidade

Criado em 1988, o Centro Cultural Martim Cererê (CCMC) é destinado às diversas manifestações culturais, tais como música, dança, cinema e teatro.

 Nos anos 1990, devido à sua estrutura e localização, tornou-se point de festivais de música. Atualmente é referencia nacional do segmento. Trata-se de um ambiente de importante valor sociocultural no qual tribos se confraternizam.

Publicidade

Palco de vários festivais da música independente, no ano passado foram realizados 139 eventos com público de 48 mil pessoas sem que houvesse manutenção.

Produtores culturais, artistas e, sobretudo, a comunidade lamentam por não usufruir deste centro cultural que é referência no país.

Segundo o professor e músico Guga Valente, ao que parece a cultura não é prioridade para o atual governo. “Esse tipo de impasse sobre a responsabilidade das reformas dos espaços de arte em Goiás é a opinião de Marconi Perillo sobre a importância da cultura para sua gestão”.

Para a produtora cultural Maianí Gontijo, há um processo anestésico generalizado e a acomodação é mútua. “A culpa não é só da Gestão que está à frente da Cultura do Estado, é nossa também, produtores e artistas”.

“O Martim Cererê é um dos melhores lugares pra se tocar no Brasil”, diz o diretor da Monstro Discos, Leonardo Ribeiro, o Leo Bigode. “Para essa cena em que a Monstro está envolvida é o lugar ideal e que abriga perfeitamente os eventos”, completa.

“Nosso Estado, que se vangloria por tantas coisas, carrega a cultura, nos dias de hoje, num ‘carro de boi’, pra não perder o costume”, ironiza o professor e músico Bruno Gallo. “O Martim é um lugar icônico de grande importância. Ele é nosso, mas está longe das mãos!”

Publicidade