A CPI da Covid aprovou nesta quarta-feira (26) a reconvocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do atual titular da pasta, Marcelo Queiroga. Os dois já testemunharam à comissão, mas a postura de ambos durante o depoimento não agradou ao grupo majoritário do colegiado, que apontou contradições e omissões nos testemunhos. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), já declarou que tanto Queiroga como Pazuello mentiram à CPI, e por isso deveriam ser chamados novamente.
O pedido de reconvocação de Pazuello ganhou força após o ex-ministro, general da ativa, participar de manifestação realizada no domingo passado ao lado do presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Em alguns momentos, ao lado do presidente, Pazuello ficou sem máscara, depois de defendido o uso do equipamento no depoimento à CPI.
“Após declarar, por exemplo, que sempre foi favorável ao uso de máscaras e ao isolamento social, o general da ativa decidiu participar de manifestação convocada pelo presidente sem as devidas precauções diante da pandemia que assola a população brasileira, fomentando atitudes que colocam a vidas das pessoas em risco”, afirmou o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ao pedir novo testemunho do ex-ministro.
Ao solicitarem a reconvocação de Queiroga, os senadores petistas Humberto Costa (PE) e Rogério Carvalho (SE) afirmaram que o depoimento do atual titular da Saúde “foi lacônico em muitos aspectos”. “Ademais, o depoimento foi contraditório em diversos aspectos. Um deles diz respeito à afirmação de que, na gestão dele, não há promoção do uso da hidroxocloriquina para tratamento da Covid. Todavia, o Ministro, até o presente momento, não revogou a Portaria do Ministério da Saúde que prescreve o uso da medicação para este fim, mesmo sabendo-se que a medicação não possui eficácia para tal fim, consoante informam a OMS e diversos órgãos técnicos de saúde”, afirmaram.
Por Amanda Pupo, Estadão Conteúdo