Nome forte do bolsonarismo no estado de Goiás, o deputado federal Major Vitor Hugo é cauteloso ao cravar que o presidente da República, Jair Bolsonaro, ainda sem partido, mas em direção ao PL terá candidato próprio ao Governo do Estado. Primeiro, ele aguarda ser sacramentada a definição para qual legenda abrigará a base bolsonarista. Após selado, o destino de uma candidatura própria estará nas mãos do presidente.

Major Vitor Hugo foi o entrevistado do DG Entrevista da manhã desta quinta-feira (18/11). O deputado federal destaca que antes de qualquer definição o futuro político de cada parlamentar passa por ajudar na reeleição de Bolsonaro. “Essa é uma decisão muito complexa, decisiva e determinante para a reeleição do nosso presidente que é o nosso principal projeto”, destaca. Obiviamente, isso passa pela escolha de uma legenda para abrigar sua base. “[Objetivo] é manter um presidente de direita, honesto, patriota, cristão à frente do nosso país para que possamos aos poucos fazer com que as pautas conservadores sejam implementadas em nosso país. Isso passa pela escolha de um partido político.”

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Apesar da cautela em relação a definição se Goiás terá candidato ao governo pela base bolsonarista ou o presidente apoiará outro candidato, o deputado federal não nega que exista uma certa expectativa em saber quais serão os rumos do grupo a qual faz parte.  “Nós temos ansiedade para que essa decisão saia o mais rápido possível. Me lembro lá atrás que o presidente havia sinalizado que o prazo seria março ou abril deste ano. Estamos já em novembro, quase dezembro, e o presidente não tomou uma decisão e isso gera uma ansiedade em todos nós. Inclusive porque os partidos que já foram descartados ou que nunca estiveram com essa pretensão já estão organizados com chapas, chapinhas ou chapões sendo construídos e o partido do presidente seja ele qual for vai ter que se estruturar nesse sentido. Existe uma ansiedade e nós queremos que seja o mais rápido possível”, destaca Major Vitor Hugo.

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Major Vitor Hugo quer evitar desgastes

Com histórico de flertes com outros partidos sem que o casamento fosse consumado, Major Vitor Hugo, apesar de otimista que o acordo com o PL aconteça, não quer antecipar os acontecimentos para evitar desgaste, por isso, ainda não sentou à mesa com as principais lideranças da legenda em Goiás: o presidente estadual Flávio Canedo e a deputada federal, Magda Mofatto, ambos bolsonaristas e que também fazem coro e defendem a filiação do clã Bolsonaro.

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Para ele, Flávio Canedo e Magda Moffato se precipitaram em declarar apoio com tanto tempo de antecedência ao prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha. “Para não me antecipar eu acho que essa precipitação talvez a MAgda tenha definido isso antes de saber que o PL era uma alternativa do presidente”, pontua. Sem querer se colocar como pré-candidato ao Governo de Goiás, Major Vitor Hugo avalia que a decisão final será do presidente Jair Bolsonaro. 

“Uma decisão dessa não vai ficar restrita ao que o grupo da Magda pense em Goiás. Vai passar e eu não tô dizendo que o presidente vá ou não vá acompanhar essa decisão. Isso é bem maior que eu e ela. Estamos falando do destino do Brasil com a componente goiana colaborando. Tem que esperar o presidente definir o que ele quer para Goiás. Se vai ter candidato ao governo, candidato apoiado por ele ao Senado. AS chapas para federal. Tudo isso tem que ser coordenado, mas sempre a partir da tomada de decisão. Não vou me desgastar em uma conversa com quem tá a frente do PL hoje no Estado de Goiás se não houver uma decisão efetiva e definitiva do presidente ao partido”, pondera.

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Seja como for, Major Vitor Hugo, defende que seu nome estando ou não no páreo ao Palácio das Esmeraldas, Bolsonaro lance um nome que represente a raiz do bolsonarismo. ‘Torço para que ele queira uma via própria porque há um espaço e uma ânsia dos eleitores de direita se verem representados aqui no Estado.”

Talvez haja até a possibilidade de mais maduro, Major Vitor Hugo ficar no Congresso e assuma a presidência da CCJ na próxima legislatura. “Se ele [Bolsonaro] vai querer apoiar que eu fique no parlamento apoiando as pautas dele, até agora, mais experiente, em função de ter passado pela liderança do governo, hoje eu sou o líder do maior partido da Câmara, existe a possibilidade do ano que vem de eu presidir a CCJ que é a principal comissão da Câmara. Existe a possibilidade do presidente falar para eu ficar lá. Estamos num momento de definições. Essa decisão ainda será tomada aqui.” 

Leia outros trechos da entrevista:

Decisão de candidatura bolsonarista nas mãos de Bolsonaro

Existe essa via para um bolsonarista, para alguém de direita, conservador. Não vejo esse perfil no governador atual e nem no Gustavo Mendanha. O Gustavo compôs com toda a esquerda em sua reeleição lá em Aparecida. PT, PSB, PCdoB, PDT… Faziam parte da coligação que o reelegeu. O Caiado levou a ex-prefeita de Goiás, petista para dentro da secretaria de Educação no Governo. Fez uma manifestação no auge da pandemia dizendo que os patrões que queriam manter os seus estabelecimentos funcionando queriam manter os seus estabelecimentos funcionando estariam colocando em risco os seus funcionários, uma fala estritamente socialista e comunista fomentando um embate entre patrões e empregados. Não vejo neles essa representatividade em torno do que o presidente Bolsonaro é para o país. Existe uma via aberta. 

Apoio de Bolsonaro à Mendanha?

É prematuro dizer se ele vai receber o apoio ou não. É uma decisão até da própria base bolsonarista. Eu tenho apontado as dificuldades. Alguém que não entende ou se entende ignora, o mal que o PT, o PDT, PCdoB, PSB tem feito ao longo da história e principalmente neste momento. Tem vários pedidos de impeachment contra o presidente. Já tinham à época da reeleição do estado, e ele compôs com eles, provavelmente sem necessidade eleitoral porque ele já estava com pesquisa com grau elevado de aprovação. Ele poderia ter ganho sem necessidade de compor com esses partidos. Quem vai tomar a decisão sobre isso é o presidente Bolsonaro. Eu sou soldado do presidente, se ele decidir que apoia determinada candidatura e não é o meu nome eu vou seguir. 

Portas de outras legendas abertas ao presidente

Meu sentimento é que o PP sempre manteve as portas abertas à ele. Outros partidos pequenos que são opção pelo posicionamento ideológico dele. O PRTB, o PSC também… Tem várias opções… Já houve a análise e avaliação que o PL seria bom no nível nacional e teriamos de replicar essas análises para dentro de cada estado. Cabe à nós que queremos reeleger o presidente e que temos esse no nosso plano e papel principal, temos de nos adaptar e fazer dentro dos estados aquilo que contribua no campo nacional nesse sentido. Isso envolve, seguir as orientações do presidente. Se o presidente indicar o meu nome, está à disposição. Tem uma via e uma estrada aberta neste sentido. Eu vou me adaptar a decisão que o presidente tomar. 

Desprestígio das pesquisas; à serviço do “sistema”

Quando eu vejo as pesquisas publicadas pelo Datafolha e outros que mostram o Lula ganhando em todos os cenários e o presidente perdendo contra todos no segundo. Eu não consigo ver ligação com o que a gente encontra nas ruas. Eu percorro muito o interior de Goiás, ido à cidade por cidade. Conversado com vereadores, prefeitos, visto o presidente viajando por todo o país e o apoio que se dá ao presidente é muito consistente, as pessoas são apaixonadas por ele. A gente vê publicando nas redes sociais, no exterior sendo reconhecido como uma liderança de direita, conservadora. Pessoas no Oriente Médio não só brasileiras, mas de outras nacionalidades querendo tirar foto com ele. Eu não consigo ver consonância entre essas pesquisas e o que acontece no dia-a-dia. Essas pesquisas o desejo de quem faz a pesquisa, e não a realidade. O sistema não quer que o presidente Bolsonaro seja reeleito, as vezes, expressam muito mais o desejo deles do que a realidade. Eu tenho a convicção e esperança que o presidente seja reeleito e que o Brasil continue nessa trilha da direita conservadora durante muito tempo. 

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