Brasil

Mãe de jovem que morreu após ter nome envolvido em notícia falsa pede por justiça

A mãe de Jéssica Canedo, jovem que morreu após ter o nome vinculado a uma notícia falsa e sofrer ataques de ódio pelas redes sociais, falou emocionada em entrevista para a Record sobre o caso, pedindo punição aos responsáveis por produzir e divulgar o conteúdo. Durante a entrevista, Inês Oliveira pede por Justiça.

“Eu queria justiça por tudo que aconteceu, pelas mentiras que eles inventaram sobre a minha filha, que mentiram que ela tinha caso com o moço sendo que nem redes sociais a minha filha tinha”, diz.

Foram divulgados na semana passada, pelo perfil da Choquei, um perfil de fofoca de celebridades que acumula mais de 20 milhões de seguidores, prints de uma suposta conversa entre Jéssica Canedo e o humorista Whindersson Nunes. Após a publicação, fãs de Whindersson atacaram a jovem, que criou um perfil nas redes sociais para negar o relacionamento.

“Parem de vir até o meu perfil destilar tanto ódio. Vocês estão falando da minha aparência, da minha classe social, xingando a minha família. Pensem nas consequências do que vocês estão fazendo”, escreveu nas redes sociais.

O responsável pelo perfil, Raphael Sousa, ironizou o apelo de Jéssica, dizendo “avisa para ela que a redação do Enem já passou”. Devido a onda de ataques e a notícia falsa, a jovem, que sofria com depressão, tirou a própria vida.

Ainda durante a entrevista para a Record, a mãe de Jéssica contou sobre o sofrimento que a filha passou com a notícia falsa. “Ela chegava aqui chorando ‘mamãe, pede ele para parar porque eu não estou aguentando. Faz alguma coisa, mamãe’. O que eu podia fazer? Eu só gravei um vídeo pedindo eles, pelo amor de Deus que parasse”, disse.

Em vídeo publicado, Inês aparece chorando. “Estou pedindo a vocês, pelo amor de Deus parem, porque eu estou pedindo como uma mãe que está sofrendo muito”, afirma.

A mãe de Jéssica acredita que, se os ataques tivessem parado, a jovem ainda estaria viva. Após a morte da estudante, a Choquei apagou a notícia falsa e publicou um comunicado tentando negar qualquer irregularidade na divulgação das informações, afirmando que não existe responsabilidade a ser imputada pelos atos praticados.

Como já noticiado pelo Diário de Goiás, o perfil Choquei será investigado pela publicação de prints falsos que teriam motivado a morte de Jéssica e a Polícia Civil investiga o caso.

Criação de lei

O humorista Whindersson Nunes, por sua vez, também negou conhecer Jéssica e publicou um vídeo sugerindo a criação de uma lei para evitar que novos casos como esse aconteçam. No vídeo, Whindersson afirma que se arrepende de ter desistido de fazer uma publicação enfatizando que o conteúdo era falso e que estuda com uma equipe a criação de uma lei que leva o nome de Jéssica.

“Eu vou me comprometer a acompanhar as investigações do caso e iniciar um movimento para ver se contribui para a gente criar uma lei chamada Jéssica Vitória para aprimorar a lei brasileira nesse negócio que está acontecendo agora, que são esses jornais não-oficiais. É muito perigoso, tem gente que tem muito seguidor, diz que não é uma coisa oficial, mas impacta de verdade”, disse o humorista.

De acordo com Whindersson, uma página de fofoca perguntou se a conversa era verdadeira antes de o conteúdo vir a público, mas o humorista teria negado e que deixou o conteúdo de lado, já que o perfil garantiu que não compartilharia o print. Entretanto, o falso diálogo passou a circular nas redes e ele esclareceu que não era autêntico dizendo que não faz ideia de quem era a moça e que era um print fake.

Para Inês Oliveira, Whindersson se colocou à disposição e afirmou que não consegue mensurar a dor da mãe de Jéssica. “Eu sou um cara muito problemático, que tenta há muito tempo dar sentido à vida, tento me curar de abuso psicológico, abuso sexual na infância. Já passei de tudo um pouco na vida, todo tipo de coisa ruim e eu jamais incentivaria ninguém a tirar a própria vida. sei que não posso nem mensurar o que você [Inês] está sentindo, mas se eu puder de alguma forma ajudar, fazer com que essa dor diminua. Isso tudo aconteceu porque as pessoas atacam as pessoas também. A gente não quer mais vítimas aqui”, afirmou.

Maria Paula

Jornalista formada pela PUC-GO em 2022 e MBA em Marketing pela USP.

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