Na reunião de sexta-feira (3), em que houve novas manifestações de emedebistas no sentido de indicar o pré-candidato a vice na chapa de Sandro Mabel (UB) na eleição deste ano para a Prefeitura de Goiânia, a única definição é de que a escolha não sairá por agora.
Segundo Mabel, a definição do vice vai ficar para julho, após pesquisas. Já, de acordo com o presidente municipal do partido, Agenor Mariano, a definição virá de consenso entre o vice-governador e presidente regional da legenda, Daniel Vilela, e o governador Ronaldo Caiado, padrinho da candidatura de Mabel.
Mabel falou que pediu a reunião com o vice-governador, com Agenor, e integrantes do MDB, para “saber como ajudar e ser ajudado”. Segundo ele, há vontade das duas partes, mas ele reconhece que a disputa permanece viva.
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“Escutamos todos os vereadores para entender a aspiração e a pretensão de cada. Saímos bem acertados, conversados. Eles falaram sobre a vice. Respondi que não é o ponto mais importante. Temos que ganhar a eleição”, afirmou.
Adiante reconheceu o peso do compromisso feito antes sobre a vice. Nesse ponto não nominou, mas se referia ao acordo para que grupo de Bruno Peixoto (UB) indicasse o segundo nome da chapa majoritária.
Depois Mabel foi direto ao ponto. “A princípio foi acordado desse jeito, estamos conversando (com grupo do Bruno). Mas e se eles não tiverem um candidato com o perfil desejado pela população? Não vamos colocar qualquer um só para colocar”, garantiu em entrevista após a reunião.
“A escolha do vice será para julho, após encontrar alguém com perfil. O governador está empenhado para construir esse bloco visando também a eleição de Daniel (em 2026, ao governo estadual). Estamos compromissados com a eleição de Caiado presidente”.
Sandro Mabel acenou que aceitará indicações dos vereadores para cargos na prefeitura. “Sabe quantas pessoas tenho para indicar para (cargos) a prefeitura? Nenhuma. Quero escolher. É o trabalho que faremos todos os dias”, declarou na entrevista.
Nesse ponto, deu a entender que ofereceu aos parlamentares a possibilidade de indicarem cargos após sua eventual eleição, e assim contornar a exigência de um vice emedebista ao seu lado.
Também repetiu o argumento da pesquisa como fator determinante. “Entabulamos que não vai ser indicado qualquer um. Vamos fazer pesquisa para ver o que o goianiense quer para candidato a vice. Se o perfil vier do MDB e eu concordar, vamos dar para Goiânia um gestor e um vice alinhado com o que Goiânia pensa. Se a preocupação da população for por um vice também gestor, ou se for uma mulher na minha chapa, assim será definido o vice”, detalhou Mabel.
Novamente ele admitiu que foi açodado quando falou que procurava uma mulher e evangélica para ser a pré-candidata a vice. “Desenhei um perfil e errei”.
Sobre o projeto do UB e MDB para 2026, ele também reforçou que há total compromisso com a eleição de Caiado e de Vilela. “Meu propósito é claro para um plano de poder para 2026, e ele envolve a juventude do MDB”.
Sandro Mabel também falou sobre a ironia de dirigentes do PL que descartaram ser vice em sua chapa. Eles alegaram que o pré-candidato do partido, Gustavo Gayer, lidera pesquisa enquanto Mabel é o quinto nessas pesquisas.
Primeiro ele riu da fala. Depois disse que, em 17 dias de campanha “tinha 8%, e em pesquisa interna aparecia com 11%”. E continuou sobre o assunto: “Nem gosto de olhar essas pesquisas. Gosto é de trabalhar, conhecer mais os problemas de Goiânia. Estamos contratando projetos para várias coisas e no dia 2 de janeiro (se ele for eleito) teremos um ‘pacotaço’, de decretos, leis para por Goiânia para andar”, prometeu.
“Sei do desejo dos vereadores e de outros líderes, mas a escolha do vice será feita mais à frente, em consenso entre o vice-governador e presidente regional da legenda, Daniel Vilela, e o governador Ronaldo Caiado. Caiado é o padrinho da candidatura de Mabel.
“Nosso compromisso maior é eleger o candidato da base aliada lançado pelo governador. Deixamos isso claro”, enfatizou inicialmente em entrevista após a reunião de sexta. Em seguida observou que o vice-governador deixou claro que os emedebistas têm o direito de manifestar seu desejo, “mas a palavra final é do vice e do governador”. Por outro lado, reafirmou o clima interno: “Hoje, com muita legitimidade, os vereadores manifestaram o desejo de ver o partido na chapa majoritária, mas não foi imposição. No final o partido vai caminhar com Sandro”, garantiu.
Sobre o fato de o partido ter muitos vereadores e isso pesar. “O debate político não se encerra nunca na boa política onde se quer respeitar a representatividade de todos. Estamos tentando construir isso. Não quer dizer que não almejamos a vice. Claro que queremos, mas no contexto geral vamos saber se temos condições lá na frente. Mesmo o partido sabendo da sua representatividade, deixamos que todos façam a avaliação sobre essa representatividade”.
Mariano repetiu a frase que tem citado nas entrevistas recentes, de que “o MDB é penta campeão nas eleições da capital”. Caso seu partido não vença na intenção de indicar o vice de Mabel ele afirma que “o MDB vai ser hexa sem estar na chapa majoritária”, disse e riu.
Por outro lado, o presidente metropolitano do MDB concordou que é melhor para quem é candidato a vereador que seu partido tenha participação na chapa majoritária, “de preferência o candidato a prefeito”, brincou. Mais uma vez ele lembrou que o partido nunca tinha ficado sem lançar candidato a governador e na última eleição abriu mão em nome da aliança (com UB, que elegeu Caiado).
“O MDB está se adequando às novas situações para fazer frente aos adversários. O que não falta são adversários, então não pode haver adversário dentro do mesmo campo. Por isso o MDB jamais vai criar arestas e fazer adversários na própria base aliada. Quem vai dar a palavra final será Daniel e Caiado, mesmo que alguns saiam insatisfeitos”, avisou.