Em entrevista à Rádio Difusora Goiânia (95,5 FM) na manhã desta sexta-feira (24), data em que é celebrado o aniversário de Goiânia, o prefeito Sandro Mabel (UB) apontou os investimentos realizados na cidade e reiterou que, na área de resíduos, o trabalho da administração municipal é dificultado pela “falta de apoio” da Secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
Segundo o prefeito Sandro Mabel, a cidade está transformando o antigo lixão em um aterro sanitário controlado, promovendo melhorias, sobretudo no tratamento do chorume. No entanto, o órgão (que notificou a prefeitura na última quarta-feira, 22, com uma multa diária no valor de R$ 5 mil por operar o lixão sem licença ambiental), sugere que o descarte dos resíduos seja realizado em um aterro devidamente licenciado.
“Esse aterro está aí há 30 anos e nunca ninguém fez a quantidade de coisas que nós fizemos. Nós arrumamos aquilo ali, estamos arrumando agora o tratamento do chorume. Nós temos coragem de enfrentar e arrumar e não gastar R$ 10 milhões do contribuinte”, reagiu Mabel. “Tem que ter paciência. As coisas não acontecem de um dia para o outro. Não aconteceram em 30 anos. Nós estamos transformando o que era lixão em um aterro sanitário controlado. A Semad só vai lá para criar problema. Querem ferrar o aterro”, salientou o gestor.
Segundo o prefeito, a Semad aponta irregularidades em função de um rompimento no aterro sanitário que não ocorreu durante a atual gestão. “Não foi nem no nosso governo, foi no governo passado. Uma tubulação que leva o chorume até a estação de tratamento da Saneago rompeu. O pessoal da época foi lá e arrumou no mesmo dia, mas vazou um chorume”, explicou.
O prefeito apontou a existência de interesse e perseguição por trás das ações do órgão e salientou que a prefeitura procura se adequar às normas, com a afirmativa de que 70% do licenciamento do aterro da capital já encontra-se em andamento. “Pra que nós vamos jogar fora R$ 10 milhões todos os meses, mais de R$ 100 milhões por ano. Vamos pegar nas mãos e arrumar, gente. Isso daí tá assim há quantos anos”, ponderou Mabel.
Posição da Semad
Em nota, a Semad enfatizou que, nos últimos anos, o órgão “tem feito o que lhe compete e o que a sociedade espera dela para que a disposição de resíduos sólidos aconteça de forma adequada em todo o Estado de Goiás”.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável salientou que “na capital, de forma mais específica, a tratativa acontece há anos – inclusive com assinatura de Termo de Ajuste de Conduta (TAC) no qual a prefeitura se comprometeu a realizar investimentos que, no fim das contas, não foram feitos”.
Segundo o órgão, “em 2025, analistas ambientais foram ao lixão em pelo menos quatro oportunidades e produziram laudos exaustivamente detalhados, que convergem para a conclusão de que a operação do empreendimento representa risco real para a cidade”.
Por fim, salientou que, em mais de uma ocasião, a prefeitura disse que tomaria providências para mitigar esses riscos, mas não o fez. “Tampouco deu entrada em pedido para regularizar a documentação”, disse.
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