O senador Jorge Kajuru (PSB) mudou o discurso de parlamentar independente e entrou de vez na base do Governo Federal, tornando-se além de líder do PSB no Senado, um dos vice-líderes do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional. Em entrevista nesta sexta-feira (24/02) ao Diário de Goiás, ele diz que acredita que o petista fará uma excelente gestão para se aposentar da vida pública “de cabeça erguida”. “Ele não querer encerrar sua vida política de maneira bucólica”, atesta.
Apesar do “bom ínicio” de governo, Kajuru avalia que Lula erra ao insistir em citar e mandar recados ao senador Sérgio Moro (União Brasil). “Lula deveria esquecer Moro, parar com esse assunto. O esquecimento é a única vingança e o único perdão. É o desprezo e a indiferença”, destaca. O radialista também já manifestou anteriormente que vê em Moro o “único inimigo” que tem no Senado Federal.
Se Lula erra ao falar de Moro, as críticas que o petista vem recebendo por ter dito que seu maior desejo era “foder” o ex-juiz em entrevista ao portal Brasil 247, deveriam ser suavizadas. Não que Lula tenha validação para usar a expressão. “Acho que ele usou uma expressão infeliz e indevida”, condena. “Mas foi num momento que ele se sentiu injustiçado. Ele ficou mais de 500 dias na cadeia”, apazigua.
“Só quem passa na cadeia mais de 500 dias para entender o que passou. O ser humano é normal, não é anjo, não tem como guardar mágoas e rancor e uma hora você ia acabar extrapolando, falando algo que não devia ser dito. Mas só quem sofreu pode falar isso. O Lula sofreu demais. Não dá para crucificar o Lula por essa declaração”
Kajuru na base do Governo Lula: “Ele não vai errar”
Ao longo dos últimos quatro anos, para atender o estado de Goiás como ele merece, eu entendi que não adianta ser oposição por oposição. Você tem de estar alinhado, porque eu penso no Brasil, eu tenho amor ao meu país e acreditar no governo Lula é ter amor ao meu país. Acreditar no governo Lula é ter amor ao meu país. Eu não vou ficar falando mal do Lula porque eu estaria fazendo oposição ao meu pais. Não foi virada de chave. Se o Lula fizer qualquer erro grave, ele sabe que eu não vou ficar do lado dele. Eu sou um homem de posição e isento, mas eu penso que o governo Lula não vai errar. Ele vai fazer as coisas certas porque ele não quer terminar a vida dele bucolicamente, ele vai querer encerrar sua vida política de cabeça erguida.
Lula vai fazer boa gestão na saúde, habitação e educação
Eu aceitei feliz [a liderança] porque eu sinto que ele vai fazer uma boa gestão na saúde, na habitação, na educação. E são áreas que eu vou atuar bastante e já estou mostrando a Goiás o que estou fazendo, coisas que no governo Bolsonaro era muito difícil. Era muito difícil o diálogo com o presidente Bolsonaro.
Início do governo
São boas ações, o começo do governo se não é ótimo é bom. Tá próximo do ótimo e será ótimo.
Lula usou expressão indevida mas não dá para crucificá-lo
As pessoas tem que entender que o presidente Lula quando falou em se vingar e usou uma expressão para mim indevida e infeliz, foi num momento que ele se sentiu injustiçado, ficou mais de 500 dias na cadeia. Só quem passa na cadeia mais de 500 dias para entender o que passou. O ser humano é normal, não é anjo, não tem como guardar mágoas e rancor e uma hora você ia acabar extrapolando, falando algo que não devia ser dito. Mas só quem sofreu pode falar isso. O Lula sofreu demais. Não dá para crucificar o Lula por essa declaração.
Lula deve esquecer Moro
O que acho que ele está errado é continuar falando do Moro. Para mim, Lula deveria esquecer o Moro. O esquecimento é a única vingança e o único perdão. É o desprezo e a indiferença. Lula deveria esquecer Moro, parar com esse assunto, pronto e acabou e daqui para frente só pensar nas ações que vem tendo.
Relacionamento com a bancada goiana no Congresso
Eu não tenho nem contato com a bancada. Eu amo a Flávia Morais que é a presidente da bancada mas não me interessa o que a bancada vai fazer. Tem gente na bancada que quero distância oceânica, gente bolsonarista que não merece meu respeito. Ao contrário do Senado, que tenho amizade muito grande com todos os senadores bolsonaristas, tenho amizade com o senador Hamilton Mourão e a senadora Tereza Cristina, por exemplo. São pessoas magníficas. Sobre a bancada goiana, eu prefiro ignorar.