O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deixou a Índia antes de falar sobre o acordo de delação premiada que envolve o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No país asiático, onde participou de reunião do G20, durante coletiva de imprensa o petista afirmou que não podia dar palpite no que não sabe, mas que Bolsonaro estaria “altamente comprometido” em uma tentativa de golpe.
“Eu acho que ele [Bolsonaro] está altamente comprometido. A cada dia vão aparecendo as coisas, e a cada dia nós vamos ter certeza de que havia a perspectiva de golpe e que o ex-presidente estava envolvido nela até os dentes”, afirmou o presidente aos jornalistas presentes.
Lula reforçou, ainda, que que seus comentários são suposições, mas que acredita que o tempo trará tudo à tona. O petista também compartilhou aos jornalistas alguns comentários do possível envolvimento de Bolsonaro na venda do esquema de joias entregues por delegações estrangeiras.
“Não sei o que está lá. Só sabe o delegado que ouviu e o coronel que prestou depoimento. O resto é especulação”, pontuou. “É isso que vai ficar claro, o tempo vai se encarregar. A única chance que ele tinha de não participar disso é quando ele estava preocupado em vender as joias”, disse Lula.
Vale lembrar que Mauro Cid, que estava preso desde maio, está temporariamente livre da prisão, após aceitar um acordo de delação premiada homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no último sábado (9).
Mauro Cid terá que usar tornozeleira eletrônica, não pode deixar o país, deve entregar o passaporte em até 5 dias, está proibido de utilizar redes sociais, de falar com outros investigados, teve suspensão de porte de arma de fogo e foi afastado de suas funções no Exército. Caso o militar desobedeça a qualquer uma dessas decisões, ele voltará para o regime fechado.