O candidato à presidência da república pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou uma carta destinada aos evangélicos. Na mensagem, lida na presença de lideranças políticas e religiosas, em São Paulo, nesta quarta-feira (19/10), Lula defende a liberdade religiosa, destaca que é contra o aborto e alfineta o oponente na corrida presidencial.

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Em seu discurso, o ex-presidente refutou fake news sobre sua campanha, que levaram evangélicos a acreditarem que o candidato fecharia igrejas. Lula afirma que se trata de uma mentira, feita para amedontrar seus apoiadores cristãos.

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“Vivemos, entretanto, um período em que mentiras passaram a ser usadas intensamente com o objetivo de provocar medo nas pessoas de boa-fé, e afastá-las do apoio a uma candidatura que justamente mais as defende. Por isso senti a necessidade de reafirmar meu compromisso com a liberdade de culto e de religião em nosso País”.

LEIA AQUI A CARTA NA ÍNTEGRA.

O candidato relembrou que, em seu antigo governo, assinou leis e decretos que reforçaram a liberdade religiosa, e que pretende manter essa postura, caso seja eleito novamente. “Todos sabem que nunca houve qualquer risco ao funcionamento das Igrejas enquanto fui Presidente. Pelo contrário! Com a prosperidade que ajudamos a construir, foi no nosso Governo que as Igrejas mais cresceram, principalmente as evangélicas, sem qualquer impedimento e até tiveram condições de enviar missionários para outros países”, ressaltou.

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O pedetista reiterou que não pretende alterar em nada a conduta dos templos religiosos. “Posso lhes assegurar, portanto, que meu Governo não adotará quaisquer atitudes que firam a liberdade de culto e de pregação ou criem obstáculos ao livre funcionamento dos templos”, prometeu Luiz Inácio.

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Em relação aos boatos de que seria à favor do aborto, e que, se eleito, iria legalizá-lo no Brasil, Lula desmentiu e explicou que, de toda forma, essa não é uma decisão de ordem pessoal. “Sou pessoalmente contra o aborto e lembro a todos e todas que este não é um tema a ser decidido pelo Presidente da República e sim pelo Congresso Nacional”, pontou.

O candidato ainda aproveitou para alfinetar o oponente, Jair Bolsonaro (PL), deixando subentendido que alguns candidatos se utilizaram da fé dos cristãos para fins eleitorais, dizendo que seu governo sempre separará a política da religião.

“Em meio a este triste escândalo do uso da fé para fins eleitorais, assumo com vocês este compromisso: meu Governo jamais vai usar símbolos de sua fé para fins político-partidários, respeitando as leis e as tradições que separam o Estado da Igreja, para que não haja interferência política na prática da fé”.

Lula em trecho da carta

Ao final da carta, Lula afirmou que honrará o povo brasileiro, como cristãos e cidadãos, buscando “paz e entendimento”, e encerrou com um trecho bíblico: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros!” (João,13,35).

Lula reúne evangélicos e presidente do PSDB em Goiânia participa do evento

No encontro que formalizou o compromisso de Lula com os evangélicos, a vereadora e presidente do PSDB em Goiânia, Aava Santiago, que faz parte da igreja Assembleia de Deus, esteve presente. Ela conheceu o ex-presidente e disse que saía da reunião certa que estava no caminho correto.

“Do lado certo da história, enfrentando o sequestro de nossa fé; por um país mais justo e com menos desigualdades, que defenda as infâncias e as possibilidades de futuro dignas; sem temer perseguições, mas sempre ao lado dos perseguidos”, escreveu Aava nas redes sociais.

A tucana disse que, “como mulher, mãe, periférica e crente”, ela sente “honra, emoção e, sobretudo, responsabilidade por ter sido convidada para falar no encontro de evangélicos com Lula”, de onde afirmou ter saído com as esperanças renovadas.

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“Saio daqui com a fé e a esperança renovada, por ter sido abraçada e abençoada por tantas irmãs e irmãos, pastoras e pastores, que caminham na mesma direção: o combate permanente e inegociável às injustiças e a salvação por meio da Cruz e da suficiência de Cristo”, finalizou.

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