Tem figurinha repetida nesta eleição. Uma história de 2004 voltou à tona sem grandes alterações. Leonardo Vilela (PSDB) sonhou, conquistou internamente, se lançou candidato e recuou. O pragmatismo (Marconi Perillo) falou mais alto no PSDB e decidiu pela retirada de seu pré-candidato ao Executivo da Capital, respingado com o escândalo Cachoeira.
Com estratégia definida, a de apresentar nomes que não foram citados no caso envolvendo o contraventor, as opções ficaram ainda mais restritas. João Campos e Fábio Sousa já anteciparam: “Agora é tarde para querer ser prefeito”. Mas vice… As expectativas se voltam para o ex-peemedebista Francisco Júnior (PSD). Se até agora ele não decidiu, pode ser que decidam por ele.
A deliberação tucana foi apresentada após longa reunião da cúpula do partido que aconteceu nesta quinta, 14. O presidente metropolitano da sigla, deputado estadual Fábio Sousa, já dava sinais de descontentamento com Leonardo, mas afirmava, até ontem, que o ex-secretário era o pré-candidato do PSDB. Não é mais.
Do outro lado, mas não tão distante, o PSD articula internamente. O chefe da Casa Civil, deputado federal Vilmar Rocha (PSD), presidente estadual do novo partido, tenta viabilizar a indicação do deputado federal Armando Vergílio (PSD) para a CPMI do Cachoeira. Armando seria a outra opção pessedista para a disputa do pleito goianiense, mas nem de longe é o preferido dos companheiros de partido. Se for definida sua ida para a Comissão, em Goiânia ficará fácil. De Brasília, o deputado não poderá articular, de maneira eficiente, sua postulação ao pleito.
Vergílio conta com estrutura própria capaz de bancar sozinha a campanha, mas não conta com o carisma e com a Renovação Carismática, como Francisco Júnior. O jovem deputado estadual é o que parece estar com a batata nas mãos. Abençoado pela igreja e agora por Marconi Perillo, Francisco pode ser apresentado, em breve, como nome da base governista. Em menos dois anos o ex-peemedebista foi de promessa peemedebista ao nome da situação estadual. “Uma decepção”, classificou Iris Rezende (PMDB).
O esboço desta chapa parece claro. Claro e religioso. Um líder católico na cabeça e um evangélico como vice. Ou, quem sabe, vice-versa. Fiel nenhum ficará de fora. Fábio Sousa e João Campos, que estão ressentidos com o processo que levou à pré-escolha de Leonardo Vilela, não dispensam o segundo lugar – ou o primeiro. Ninguém poderá ser tão eficiente feito Deus, como cabo eleitoral.
Assim segue mais um processo eleitoral do nosso Estado laico.