Fábio Bernardo dos Santos, 37 anos, o ladrão de bancos que foi morto após confronto com policiais militares (PMGO) na zona rural de Niquelândia, no Norte de Goiás, nesta terça-feira (11), era um criminoso de alta periculosidade, com cinco homicídios e vários outros crimes. O assaltante tinha montado um esquema de vigilância no esconderijo, uma chácara onde vivia com a família, e isso facilitou a reação dele, levando à morte do cabo Paulo Vitor Coelho Campos, e ferimentos leves no sargento José Carlos Rodrigues.
Os dois militares são do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da PMGO e faziam parte do grupo de 200 PMs envolvidos no cerco para a prisão do assaltante. Em diversas viaturas e helicóptero do Grupamento Aéreo (Graer), eles executavam mandado de prisão expedido pela Justiça da Bahia em 2023, para que Fábio cumprisse pena de 7 anos em regime semi-aberto por uma das suas condenações.
Câmeras e arsenal para evitar prisão
Além de câmeras de monitoramento, o criminoso contava com um arsenal formado por no mínimo 7 armas de grosso calibre, entre elas fuzis e espingardas, muita munição e caixas de explosivos industriais de mineração montados de forma artesanal. No local onde ele estava foragido, vivia também a mulher e a filha dele, que tinham vindo da Bahia quando Fábio escolheu a zona rural de Niquelândia para se esconder da Justiça.
Ladrão de bancos afirmou que estava morto após balear PMs, disse mulher

Assim que baleou os militares, o assaltante avisou a mulher que estava pronto para o pior, “que iria morrer”, e entrou em um dos cômodos, fazendo ela e a filha de reféns. Houve negociação, mas ele não cedeu e acabou baleado pelos PMs.
A mulher sofreu um tiro de raspão, segundo depoimento que relata a situação tensa em vídeo gravado pelos policiais. De acordo com ela, o disparo foi acidental, feito pelo próprio marido durante a reação ao cerco.
PM que morreu era experimentado atirador de elite

A morte do cabo Paulo Vitor Coelho Campos comoveu os militares durante a operação. No final do cerco, eles deram os braços e cantaram o hino do grupamento.
Campos entrou na corporação em 2016. Ele foi definido no Bope com um atirador de elite dos melhores, instrutor de tiro e muito competente. O PM deixou esposa e dois filhos.
O governador Ronaldo Caiado e a PMGO divulgaram notas de pesar pela morte do militar. (Leia abaixo)
Nota de pesar
“Com muito pesar, Gracinha e eu recebemos a notícia do falecimento do Cabo Paulo Vitor Coelho Campos, do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar de Goiás.
Considerado um dos melhores atiradores e rastreadores do Bope, foi baleado durante uma operação de resgate a uma família feita refém próximo a Niquelândia. Ele faleceu cumprindo sua missão de proteger os cidadãos goianos e será lembrado por sua coragem e dedicação.
Um segundo policial ficou ferido, mas não corre risco de vida. A ele, desejamos pronta recuperação.”
Ronaldo Caiado – Governador de Goiás
Nota de Pesar – Falecimento do Cabo PM Paulo Vitor Coelho Campos”
“A Polícia Militar do Estado de Goiás manifesta profundo pesar pelo falecimento do Cabo PM Paulo Vitor Coelho Campos, ocorrido na madrugada desta terça-feira (11/02), durante uma operação policial na zona rural do município de Niquelândia.
O militar, pertencente ao Batalhão de Operações Especiais (BOPE), foi alvejado enquanto cumpria sua missão de servir e proteger a sociedade goiana. Seu comprometimento, coragem e dedicação são marcas de uma trajetória honrada dentro da Corporação.
Neste momento de dor, a Polícia Militar se solidariza com familiares, amigos e irmãos de farda do Cabo PM Campos, reconhecendo e enaltecendo sua bravura e heroísmo em prol da segurança pública.
Reafirmamos nosso compromisso com a memória e o legado deixado por este guerreiro, que tombou no cumprimento do dever. Sua história será eternamente lembrada como exemplo de abnegação e espírito de luta.
Que Deus conforte os corações de todos que sofrem com essa irreparável perda.“
Polícia Militar do Estado de Goiás
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