A promotora de Justiça Adriana Marques Thiago, da 18ª Promotoria de Justiça de Anápolis, solicitou na última segunda-feira (2) o envio dos autos da investigação que investiga o possível envolvimento do prefeito Márcio Corrêa (PL) com um grupo suspeito de crimes digitais para a Presidência do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). A solicitação foi acolhida pela juíza Marcella Caetano da Costa, da 5ª Vara Criminal de Anápolis, que determinou o envio do processo ao TJGO após manifestação favorável do Ministério Público.
O caso é desdobramento da Operação Máscara Digital, conduzida pelo Grupo Especial de Investigações Criminais (GEIC), que investiga os crimes de difamação, injúria, perseguição (stalking), falsa identidade e associação criminosa. Os investigados são Luís Gustavo Souza Rocha, Denilson da Silva Boaventura e Ellysama Aires Lopes de Almeida, que teriam atuado, segundo o MP, em um esquema estruturado de ataques virtuais e disseminação de conteúdos ofensivos em redes sociais.
A promotora Adriana Marques justificou a remessa dos autos ao TJGO ao apontar indícios da participação direta do prefeito de Anápolis nas ações do grupo investigado. Em sua manifestação, destacou a existência de um grupo de WhatsApp denominado “Café com Pimenta”, do qual participavam os investigados e o próprio chefe do Executivo municipal.
Segundo os autos, há mensagens atribuídas a Márcio Corrêa com conteúdos que, de acordo com o MP, sugerem instigação ou direcionamento de publicações ofensivas em perfis anônimos como “@anapolisnaroda2” e “@anapolisnaroda3”. Uma das mensagens diz: “bora soltar essa no Anápolis na roda 3”, o que teria relação com postagens coordenadas de ataques virtuais.
A juíza Marcella Caetano afirmou que, diante dos indícios e da prerrogativa de foro do investigado, não cabe à Justiça local dar seguimento ao caso, e determinou a remessa imediata dos autos e apensos ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, com base no artigo 29, inciso X, da Constituição Federal, e nos termos do Habeas Corpus 232.627/DF do STF. A intenção é que a presidência do TJ encaminhe o caso ao Procurador-Geral de Justiça para análise e possível oferecimento de denúncia.
Durante a operação, já haviam sido cumpridos mandados de busca e apreensão contra os demais investigados, com a coleta de provas, incluindo mensagens e conteúdos armazenados em celulares. Um dos elementos considerados cruciais foi a recuperação de mensagens no telefone de Luís Gustavo, apreendido durante a ação do dia 16 de maio.
A investigação agora depende da deliberação do TJGO e do Ministério Público estadual para definir os próximos passos em relação ao chefe do Executivo municipal.
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