Na noite desta última sexta-feira (8), o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) concedeu habeas corpus para Matheus Possebon, empresário do cantor Alexandre Pires, preso durante a Operação Disco de Ouro. Ambos estão sendo investigados pela Polícia Federal por envolvimento em garimpo ilegal na Terra Yanomami.
Possebon foi afastado da empresa Opus Entretenimento, que gerencia a carreira de nomes famosos da música brasileira, como Daniel, Seu Jorge, Ana Carolina, entre outros. Além dele, o TRF-1 mandou soltar Christian Costa dos Santos, empresário da mineradora Betser, que também está sendo investigado.
“Ante o exposto, defiro o pedido liminar e determino a substituição da prisão preventiva do paciente Christian Costa dos Santos pelo cumprimento das seguintes medidas cautelares alternativas: comparecimento periódico em juízo, compromisso de comparecer a todos os atos do processo e evitar a obstrução do seu andamento, compromisso de comunicar qualquer alteração de endereço e proibição de manter contato com os outros investigados” proferiu a desembargadora responsável pelo caso, Maria do Carmo Cardoso.
Na segunda-feira (4), a operação foi deflagrada. Na data, os policiais cumpriram dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC). A Justiça Federal também autorizou o bloqueio de até R$ 130 milhões em bens dos investigados.
O cantor Alexandre Pires, que cantava em um cruzeiro em Santos no momento em que a polícia cumpria o mandato de busca e apreensão. A suspeita é de que Alexandre Pires teria recebido, segundo apuração, pelo menos R$ 1 milhão de uma mineradora investigada. Já Matheus Possebon é suspeito de financiar o garimpo na Terra Indígena Yanomami.
A operação se trata de um desdobramento de outra ação da PF, deflagrada em janeiro de 2022. Nela, 30 toneladas de cassiterita extraída da TIY foram encontradas na sede de uma empresa investigada e estavam sendo preparadas para envio ao exterior. Cassiterita é um metal usado para produzir ligas como as folhas de flandres, utilizadas em telas de celulares, fabricação de latas de alimentos, no acabamento de carros e fabricação de vidros.
Segundo o Metrópoles, na época, a PF identificou transações financeiras que envolviam toda a cadeia produtiva do esquema, com participação de pilotos de aeronaves, além do auxílio de postos de combustíveis, lojas de máquinas, equipamentos para mineração e “laranjas”, para encobrir as movimentações fraudulentas.