Por ano, aproximadamente 44 mil pessoas morrem vítimas da imprudência e da imperícia no trânsito no país. Em Goiás, a situação não é diferente. Apesar dos esforços do Governo do Estado e de órgãos de trânsito municipais, estaduais e federais e dos investimentos em ações de conscientização, quase dois mil óbitos foram registrados em 2015 em decorrência de acidentes automobilísticos.
Para chamar a atenção da sociedade para a necessidade de engajar-se na construção de um trânsito mais seguro, o Detran-GO conclama entidades de classe, empresas e a sociedade de forma geral para participarem do Movimento Maio Amarelo, que é realizado em 30 países, neste mês. Em Goiás, a abertura oficial do movimento será realizada pelo governador Marconi Perillo, no próximo dia 11.
CFCs adotam Escolas
De acordo com o presidente, Manoel Xavier Ferreira Filho, o Detran-GO se propôs a coordenar as ações do movimento no âmbito estadual. O objetivo é estimular e oferecer suporte para que as ações sejam multiplicadas. Mais de 200 parceiros já estão atuando juntos para que o tema trânsito esteja entre os mais debatidos na mídia, nas redes sociais, nas empresas e, especialmente, nas rodas de amigos. Parte dos Centros de formação de Condutores (CFCs) vão, por exemplo, adotar uma escola de sua comunidade para, nela, realizarem atividades educativas como palestras. Os Correios vão desenvolver ações com seus 2.943 colaboradores e lançarão um selo alusivo ao Maio Amarelo.
Coca-Cola leva mensagem pelo Estado
Já a Coca-Cola/Refrescos Bandeirantes, empresa com sede em Trindade, além de ações educativas com o público interno, especialmente, motoristas, vai plotar os 150 caminhões que circulam em todo o Estado com mensagens educativas e o laço amarelo, símbolo oficial do movimento. “Temos diversos parceiros e todos os que tiverem interesse serão bem-vindos e terão todo o apoio do Detran e do Governo de Goiás. O trânsito é uma construção coletiva. Os seus problemas têm impactos na vida de todos. Por isso, a solução também passa pelas escolhas e ações de cada um de nós, seja pedestre, ciclista, motociclista ou motorista”, alerta Manoel Xavier.
Ainda no segmento privado, por meio do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos Automotores (Sincodive-GO), foi firmada parceria com diversas empresas. Durante o mês de maio, concessionárias vão colocar mensagens educativas em suas notas fiscais, entregarão os veículos vendidos com laço amarelo (símbolo da campanha) e farão campanha social entre os filiados. Já os despachantes, além ações educativas, estão distribuindo porta-documentos com tema do movimento.
Caixa aposta na educação
Em maio, o Detran-GO vai intensificar as ações educativas e de fiscalização com o intuito de sensibilizar a população para a urgência da adoção de comportamentos seguros no trânsito. Para isso, conta com apoio de parceiros como a Caixa Econômica Federal que proferirá palestras educativas em escolas de 40 municípios. A instituição também colará mensagens educativas nos documentos impressos nos terminais de autoatendimento.
Os motociclistas representam mais de 60% das vítimas de acidentes de trânsito. O número é ainda maior, quando computadas apenas as vítimas sequeladas. Para esse público, foram firmadas parcerias com a equipe de produtores do Superbike e da Seguradora Porto Seguro, que irão disponibilizar cursos de pilotagem segura e direção defensiva para quem ganha a vida sobre duas rodas.
Formando cidadãos
Faculdades e universidades também intensificarão as atividades de exercício da cidadania durante o Maio Amarelo. Além da parceria com a PUC Goiás para promoção de ações educativas, um simulador de direção itinerante será levado às instituições de ensino. Nele, a comunidade universitária poderá simular situações atípicas no trânsito como embriaguez, aquaplanagem e outras.
Durante o mês, serão realizadas 30 blitzes educativas em parceria com Sindicato dos Despachantes, Secretarias Municipais de Trânsito (SMTs), Polícias Civil e Militar e prefeituras. Quarenta municípios serão atendidos. Porém, a maioria das atividades ficará concentrada em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis. Isso, porque esses três municípios somam 43% dos acidentes de trânsito registrados em Goiás. Já o programa Detranzinho que, por meio de atividades lúdicas, forma multiplicadores, visitando escolas públicas e privadas, será levado a vários municípios.
Igrejas na defesa da vida
O mote do movimento é a Atenção pela Vida, pois o objetivo é, por meio, de sensibilização e incentivo ao comportamento seguro, preservar vidas. Nesse viés, o Detran-GO buscou parcerias com as instituições religiosas. “As igrejas têm um papel fundamental na formação humana, no incentivo à solidariedade e ao respeito. E, é isso que está faltando no trânsito, respeito à vida e ao outro”, pondera Manoel Xavier.
Vinte sete igrejas católicas aderiram ao movimento. As denominações evangélicas da Fonte da Vida, Luz Para os Povos e Batista Renascer também se comprometeram a dedicar um espaço nos cultos para debater o trânsito e apresentar testemunhos. A ação busca levar mensagem de valorização da vida ao maior número possível de pessoas.
Rede Amarela
Os veículos de comunicação do Estado também abraçaram a causa do Maio Amarelo. Na tentativa de reverter as manchetes sobre o tema trânsito, emissoras de rádio, Tvs, e sites estão contribuindo para a mobilização popular. Voluntariamente, 25 empresas aderiram. São sites que mudarão a cor da página principal ou publicarão banner eletrônico; rádios que dedicarão entrevistas ou testemunhais; e Tvs que produzirão material jornalístico incentivando a reflexão sobre o trânsito.
Em parceria com o Detran-GO, a TV Record Goiás promoverá um passeio ciclístico; a Anhanguera, uma caminhada pela paz; a Serra Dourada, um piquenique. Todos esses eventos têm cunho educativo e de envolvimento social, que traduzem o espírito do slogam adotado pelo Detran-GO: Juntos por um Trânsito Seguro.
Maio Amarelo
O Movimento Maio Amarelo surgiu com uma só proposta: chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo. O objetivo é, por meio de uma ação coordenada entre o Poder Público e a sociedade civil, colocar em pauta o tema segurança viária e mobilizar toda a sociedade, envolvendo os mais diversos segmentos.
A marca que simboliza o movimento, o laço na cor amarela, segue a mesma proposta de conscientização já idealizada e bem-sucedida, adotada pelos movimentos de conscientização no combate ao câncer de mama e ao de próstata. Como o próprio nome traduz, é um movimento, não uma campanha.
Segurança Viária
A Assembleia-Geral das Nações Unidas editou, em março de 2010, uma resolução definindo o período de 2011 a 2020 como a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito”. O documento foi elaborado com base em um estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde) que contabilizou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países. Aproximadamente 50 milhões de pessoas sobreviveram com sequelas.
São três mil vidas perdidas por dia nas estradas e ruas ou a nona maior causa de mortes no mundo. Os acidentes de trânsito são o primeiro responsável por mortes na faixa de 15 a 29 anos de idade; o segundo, na faixa de 5 a 14 anos; e o terceiro, na faixa de 30 a 44 anos. Atualmente, esses acidentes já representam um custo de US$ 518 bilhões por ano ou um percentual entre 1% e 3% do PIB (Produto Interno Bruto) de cada país.
A intenção da ONU com a “Década de Ação para a Segurança no Trânsito” é poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, cinco milhões de vidas até 2020. Goiás é signatário desse pacto e vem implantando medidas severas na prevenção de acidentes e na repressão à comportamentos que coloquem vidas em risco.
O Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, precedido por Índia, China, EUA e Rússia e seguido por Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito. Juntas, essas dez nações são responsáveis por 62% das mortes por acidente no trânsito.
A chave para a redução da mortalidade, segundo o relatório da ONU, é garantir que os estados-membros adotem leis que cubram os cinco principais fatores de risco: dirigir sob o efeito de álcool, o excesso de velocidade, não uso do capacete, do cinto de segurança e das cadeirinhas. Apenas 28 países, que abrigam 7% da população mundial, possuem leis abrangentes nesses cinco fatores.
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