Logo após a reunião entre o atual prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (SD), e o prefeito eleito no domingo (27), Sandro Mabel (UB), na manhã de terça-feira (29), o secretário de Governo Jovair Arantes fez uma declaração em que discorda do tamanho do déficit que Mabel estima encontrar ao assumir em janeiro. O eleito afirmou que um levantamento de sua equipe estima uma dívida de R$ 1,6 bilhões – inicialmente falava em déficit de R$ 400 milhões.
Rogério Cruz negou durante a campanha, desconversou na reunião e Jovair agora fala em desconstrução dos feitos da atual administração, enfatizando que a conta do déficit não bate.
Em entrevista ao jornalista Altair Tavares, editor-chefe do Diário de Goiás na terça, Jovair foi lembrado que no discurso de Mabel durante a campanha, ele sempre manifestou críticas à atual gestão, dizendo que “Goiânia não mereceria um novo Rogério Cruz”. Além disso, o eleito também falou reiteradas vezes sobre a preocupação quanto ao déficit financeiro que vai ficar. Na própria terça numerou mais uma vez o montante de R$ 1,6 bilhão.
Falas eram desconstrução de campanha, interpreta Jovair sobre declarações de Mabel
Sobre isso, o secretário afirmou que viu as falas como normal do embate eleitoral. “Você não pode ir para o embate eleitoral e falar que o meu adversário é o melhor que tem, mas eu quero que vocês votem em mim. Ninguém vai fazer isso, então tenta desconstruir”, reforçou. Ele comparou com um jogo de futebol entre Goiás e Vila.
“Sandro assume uma prefeitura que, com certeza, está melhor do quando o Rogério pegou”, sustenta o secretário. As comparações apontam, segundo ele, melhoria em organização de obras e reajustes ao funcionalismo. Por outro lado, o secretário não cita que a gestão anterior, de Iris Rezende (MDB), deixou em caixa R$ 1,027 bilhão, sendo R$ 502,8 milhões que não tinham destinação específica.
“O Sandro não vai ter que se preocupar muito em fazer reajustes para os servidores públicos (…), que ainda continuam ganhando mal para os padrões que a gente espera um dia alcançar, mas do ponto de vista de correção, o Rogério fez uma restituição, uma recomposição para todo servidor público sem nenhuma exceção, jamais vista na Prefeitura de Goiânia, então temos uma máquina [administrativa] com pessoas animadas”, defendeu.
“Toda prefeitura deve no Brasil”
Especificamente sobre os valores do déficit Jovair afirmou: “O déficit nós vamos tratar primeiro com muito cuidado. Essas questões internas, muito internas, nós vamos divulgar todas que a equipe de transição assim o entender, mas nós temos tranquilidade para dizer que não existe esse déficit que querem colocar. Toda prefeitura deve no Brasil. Você pega a cidade mais rica do Brasil que eu não sei qual é, mas tem muita cidade, e Goiânia é uma delas. E Goiânia hoje pode se considerar uma cidade que tem um alto nível de moradias, um alto nível de cidadãos que têm posses e a cidade exige que a gente possa dar a ela esse retorno, com praças boas, bons colégios. Enfim, se existe déficit, ele é mínimo, em cima do que pode ser dito sobre qualquer cidade do Brasil, absolutamente aceitável”.
Para o secretário, bem antes do processo eleitoral começou uma desconstrução do trabalho de administração da cidade, “um trabalho muito bem feito, com 1.300 km de asfalto reconstituído. Coisa que nunca tinha acontecido, com todo complexo viário refeito. Ele [Rogérioi Cruz] terminou, não deixou a obra inacabada a não ser as que têm problemas jurídicos, que estão em tribunais, esperando decisão de tribunais ou por desapropriações”, reforçou.
“Sandro é um cara do bem”, afirma secretário
O secretário comparou o momento de transição a preparar um carro para o futuro dono assumir a direção. Ele falou em harmonia com a equipe do futuro prefeito e que a intenção é fazer uma “transição serena para deixar o carro azeitado na hora que o Sandro entrar ele já poder estar com o carro andando, abastecido, bem organizado para que ele já comece trabalhando”.
Ele lembrou que já disputou e venceu eleições contra Mabel e que agora perde para ele, chamando o eleito de “um cara que é do bem, que sabe tratar a questão política, a questão administrativa”. Jovair afirma que Goiânia vai ganhar muito com a administração de Mabel já que a população exigiu que fosse um novo modelo administrativo. “Ganhou esse modelo administrativo e agora esperamos que ele possa dar um retorno importante para Goiânia”, afirmou.
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