Em entrevista exclusiva aos jornalistas Altair Tavares e Vassil Oliveira, o vice-governador de Goiás, José Eliton (PSDB), falou sobre as pretensões para as eleições de 2018. Segundo o tucano, é necessário apresentar um projeto aos eleitores e manter a base unida e sólida para que haja sucesso nas urnas.
“Vamos buscar o entendimento, primeiro, de um projeto adequado. Já estamos a discutir essa matéria em diversas regiões do Estado, dentro do partido, tivemos conversas com lideranças políticas. Vamos apresentar esse projeto e vamos buscar ter nossa base muito sólida para ir para a eleição de 2018”, afirmou.
Durante a entrevista, José Eliton demonstrou o interesse do PSDB Goiás em lançar o governador Marconi Perillo como candidato à Presidência da República, mesmo com a incidência do nome de João Doria, prefeito de São Paulo, e Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, nas pesquisas de intenções de voto.
2017 será o período de preparação para assumir o governo?
Acho que há seis anos estamos em um processo de preparação para um cenário que se demonstra plausível para políticos que estão na posição em que eu estava. É claro que há um amadurecimento político natural dentro de um processo quando você entra em um debate político, de gestão, administrativo, conhecendo a máquina do Estado para que você possa ter uma visão mais larga e ampla, as especificidades de cada região, das particularidades que envolve o processo de desenvolvimento, das angústias que muitas vezes é o ato de governar. Você sentir que tem vontade e desejo de ampliar determinadas conquistas, mas você tem limitações em função da realidade do Tesouro, da responsabilidade que você deve ter. A definição de políticas públicas que impactam efetivamente a vida das pessoas. Esse é um processo em que você tem a condição de vivenciar de forma mais próxima. Então, ao longo destes seis anos, que estou na condição de vice-governador, tive um aprendizado muito grande. Agora, uma vez que o governador nos incumbiu de buscar construir uma convergência, primeiro no âmbito das ideias, depois no âmbito partidário para um processo de sucessão, estamos a trabalhar nesse sentido. Vamos buscar o entendimento, primeiro, de um projeto adequado. Já estamos a discutir essa matéria em diversas regiões do Estado, dentro do partido, tivemos conversas com lideranças políticas. Vamos apresentar esse projeto e vamos buscar ter nossa base muito sólida para ir para a eleição de 2018.
Conversando com os prefeitos, há fortalecimento de Marconi Perillo ou você como governador?
As coisas são interligadas. Primeiro, obviamente, há de se aguardar a decisão do governador no sentido de se desincompatibilizar ou não do governo. Ele tem manifestado publicamente se de compatibilizar. Confirmando esse cenário, vamos assumir o governo. É importante sempre ter diálogo com todos os prefeitos, independentemente de partido político. Afinal de contas, nós, governantes, temos responsabilidades com todos os goianos e todos os municípios. É justamente dentro dessa agenda que se pauta o Goiás na Frente, ouvindo todos, inclusive prefeitos de oposição, sabendo dialogar, construir políticas públicas, não tendo radicalismo e sabendo efetivamente do grau de responsabilidade que nos cabe. Esse diálogo com os prefeitos é sempre importante e construtivo.
Você se sente mais governador ou candidato?
Neste momento, estamos focados prioritariamente nas questões de governo. Me parece que seria colocar o carro na frente dos bois antecipar um processo eleitoral de pré-candidatura. O governador destacou apenas um sentimento que o movia, mas o processo de pré-campanha me parece que não está iniciado. Acho que você tem o processo de debate, construindo um projeto, discutindo com as diversas lideranças, depois discutindo dentro das forças partidárias que compõem nossa base. É um processo que será natural ao meu ver. Mas eu acho que dois elementos são importantes no processo de reeleição. Primeiro deles e mais importante é uma avaliação positiva do governo. Segundo é uma base política sólida. Portanto, acho que nosso foco agora é exclusivamente a gestão pública, porque o Estado de Goiás espera isso do governador. Afinal de contas, estamos a iniciar a segunda metade do nosso mandato.
Marconi já o anunciou como pré-candidato
Acho que ele anunciou uma preferência de natureza pessoal, um sentimento do momento. Mas o governador Marconi pode ser candidato à Presidência da República, à vice-presidência, a senador, enfim. Eu acho que nós temos um tempo ainda para avaliar essas questões, estamos a construir primeiro respostas sólidas às angústias de todos os goianos.
Já foi o início de um crise dentro da base?
Eu não vejo essa crise. Pelo contrário, eu vejo todos os partidos que compõem a base se esforçando muito para que esse governo tenha as condições adequadas para o êxito pleno em suas ações. Eu vejo que no âmbito político temos mantido um ótimo debate. Eu converso constantemente com o secretário Vilmar Rocha, com as lideranças do PSD, o deputado federal Thiago Peixoto tem uma relação muito sólida conosco, o deputado Jovair Arantes do PTB está presente participando do governo, o deputado Lucas do Solidariedade está representando o governo, estamos buscando construir conjuntamente uma plataforma, o PR com a deputada Magda está constantemente discutindo. Me parece que a base caminha para marchar junta em 2018.
Concorda com o pensamento de Henrique Tibúrcio de que seu maior desafio será manter a base unida?
Eu acho que ele tem razão. Para qualquer candidato o grande desafio é manter a base unida. É um elemento fundamental para eleição, a base política sólida. Nós estamos em um processo de construção, já temos alguns partidos que manifestaram publicamente o sentimento de estar alinhado a essa projeto, é o caso do PP, por exemplo. Temos um encaminhamento muito positivo com todos os partidos que já fiz referência. Acho que com maturidade, com tranquilidade saberemos construir essa aliança que será muito importante e será vitoriosa em 2018.
A falta de unidade também é um problema da oposição?
Eu gosto de falar daquilo que nos cerca, acho que a oposição fica com o problema dela.
Quem levou o senhor para o governo foi Caiado?
Não, nós fomos indicados pelo Democrátas. Ou o Democrátas é de uma pessoa só? Eu sou daqueles que acho que é importante construir teses. Vou para o debate com muita tranquilidade, não vou com arroubos, com radicalismo. Eu vou para construir. A minha posição sempre foi de consenso, de construção, de buscar agregar e entender. Nunca fui adepto a essa política de dono da palavra, dono da verdade, de gritar, de bravejar. Acho que governar se faz com equilíbrio, com razão, não com isso.
Essa é a visão que o senhor tem de Caiado?
Eu acho que cabe a quem pense assim fazer a avaliação. Eu não fiz referência a nenhuma pessoa. Fiz apenas referência daquilo que penso que é melhor ser para um gestor do município, do Estado ou de uma nação.
Na hipótese de assumir o governo, a atual estrutura é a que vai até o fim ou o senhor pensa em fazer mudanças políticas?
Nós temos um planejamento estabelecido para o governo do período de 2014 a 2018. Vamos seguir à risca esse planejamento mesmo porque o cidadão, o eleitor, ao votar, elegeu um projeto que foi apresentado a ele. Então, haveremos de dar uma sequência a esse projeto cumprindo à risca aquilo que foi apresentado em 2014 e apresentando o projeto que nós haveremos de liderar na hipótese do cidadão goiano nos eleger ou reeleger na condição de governador de Goiás, e implementarmos a partir de 2019 a 2022. Agora, os nomes da equipe deve ter alterações, mesmo porque alguns dos nomes que compõem o quadro haverão de se desincompatibilizar para disputar mandatos eletivos. Então, necessariamente vamos compor uma equipe quando o governador, se esta for a decisão dele, se desincompatibilizar em 2018.
As manifestações de prefeitos favoráveis à sua candidatura têm acontecido em reuniões no interior ou especificamente na região dos trilhos?
No caso da região Sudeste foi uma reunião partidária que ocorreu na cidade de Catalão, estavam presentes 13 prefeitos e todos eles manifestaram apoio publicamente. Tem ocorrido em Jataí, por exemplo, onde tivemos o encontro regional do PSDB. Da mesma forma, um volume expressivo de prefeitos manifestou apoio. Em São Miguel do Araguaia, da mesma maneira. Estamos a observar esse sentimento sendo expressado por prefeitos dos mais variados partidos que integram a base e alguns inclusive de partidos que estão hoje no campo da oposição. Eu fico muito feliz em receber essas manifestações de apoio, elas dão, certamente, os sentidos para continuar na caminhada, na linha que estamos a apresentar propostas para o Estado de Goiás.
Quais são as maiores reclamações dos prefeitos?
Na verdade, há uma angústia muito grande. Existem dois cenários, o prefeito que foi reeleito e já vivenciou um momento muito difícil em 2015 e 2016, e ele começa a perceber hoje um cenário diferente do ponto de vista econômico no Estado de Goiás. Se você chamar algum prefeito dos estados vizinhos e observar as dificuldades que estão vivenciando são bem maiores que as dos prefeitos de Goiás, porque aqui em Goiás o Estado está auxiliando os municípios, ajudando, transferindo recursos para os municípios. E os prefeitos que iniciaram seus mandatos em janeiro estão preocupados com a situação que muitos municípios se encontram e, ao mesmo tempo, estão muito esperançosos de verificar o ambiente econômico que o Estado vive hoje em função de ajustes que foram feitos. O programa Goiás na Frente tem buscado levar essa mensagem a todos os municípios goianos e é isso que eu sinto dos prefeitos, o sentimento de muita esperança dentro desse momento que o Estado de Goiás atravessa.
O PSDB é um dos atingidos por todo o processo de crise no país e terá dificuldade em 2018?
Acho que não, acho que esse é um processo natural de depuração da política brasileira. Temos hoje um cenário que ao meu ver é positivo. Temos uma virada de página na história da política brasileira onde os partidos precisam fazer uma releitura de suas práticas internas, buscar e estabelecer políticas internas partidárias que possam efetivamente fortalecer um conjunto de ideário que é apresentado pelos partidos. O que enxergamos hoje, infelizmente, são siglas que servem apenas e tão somente por força da legislação brasileira para legitimar uma candidatura, enquanto você deveria ter, na verdade, um partido que agregasse aqueles que pensam de forma similar. Eu acho que um lado extremamente positivo dessa Operação Lava Jato é justamente fazer com que possamos repensar a política no Brasil. Mas aqui eu não falo e não jogo para a plateia. Eu digo que é preciso repensar a prática política de maneira geral, desde o financiamento público, modelos de participação partidária, modelos de definição de escolha de candidatura, definições de qual modelo político-eleitoral que teremos para o futuro. Então, é um conjunto de debates que, ao meu ver, vão amadurecer a política brasileira. Acho que estamos em uma virada de página, onde na metade do século passado tinha aquela política muito arraigada entre esquerda e direita, dois polos. Quando voltamos para a metade do século passado para uma política muito mais construtiva e pragmática nas relações de construção da sociedade.
O senhor é a favor da ideia de refundação do PSDB?
Não, nunca refleti sobre essa matéria. Acho que a democracia tem um papel importantíssimo ideário, que é substancial, que nos garante uma condição ideológica que tem um potencial de construção muito grande. Afinal de contas, basta pegar na história e observar o grande avanço que tivemos na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, quando estabelecemos a Lei de Responsabilidade Fiscal, a estabilidade econômica do Brasil com o Plano Real, que foi iniciado por Itamar Franco e concluído pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, com a transferência de renda a partir da estabilidade, do fim da inflação, que foi fundamental para um processo de alavancagem do desenvolvimento nacional. Nós observamos que tem um conjunto forte do seu ideário político que, ao meu ver, credencia o partido a avançar. Agora, é claro que é preciso sempre discutir os temas internamente mesmo porque a sociedade é dinâmica e como tal, os partidos devem ser.
Quem é o candidato à Presidência pelo PSDB hoje? Nas pesquisas aparece Doria
Marconi Perillo. Se formos basear em pesquisas, em 1998 o governador Marconi não seria candidato e não seria governador quatro vezes. Eu acho que ele tem credenciais para tanto, tem prestado um serviço ao país e ao Estado de Goiás de relevo, tem experiência, capacidade de aglutinação, de dar uma dinâmica e inovação ao processo político, basta ter como referência grandes políticas públicas que foram iniciadas por Goiás são replicadas no âmbito federal. Posso citar o Renda Cidadã, que foi inspiração do Bolsa Família; o Bolsa Universitária foi inspiração do Prouni; o Cheque Reforma para o Cartão Reforma agora, dentro de um conjunto de outras experiências que foram idealizadas nos governos Marconi Perillo.
O senhor descarta Doria?
Não descarto. Acho que ele tem condições de ir para o debate, acho que o PSDB paulista é muito forte, temos a visão clara de que o eleitorado paulista é expressivo, que tem um impacto muito forte em decisão partidária, mas ele tem outras credenciais. Ele congrega, por exemplo, grande parte dos governadores do PSDB já manifestaram simpatia a uma eventual candidatura do governador Marconi a presidente. Então, o PSDB tem nomes importantes, tem Doria, Alckmin, que é outro preparado.
E Aécio?
Aécio teve um momento importante na eleição passada, me parece que ele talvez não esteja vivendo seu melhor momento, mas ele também é um nome tem entre tantos que o partido expõe para discutir. Agora, eu acho que hoje temos três nomes que despontam no partido, Alckmin, Doria e o governador Marconi.
Seria conveniente Doria deixar a prefeitura e ser candidato?
Nesse prisma eu acho que ele está iniciando uma trajetória e, talvez, não seria o melhor encaminhamento. Até o presente momento eu jamais ouvi de Doria a disposição de ser candidato a Presidência da República. Eu vejo muito mais especulação em função, inclusive, de indicadores de pesquisa. Mas eu acho que ele é um nome que o PSDB tem. Naturalmente essas particularidades, ele fará a avaliação a tempo.
O senhor coordena o Programa Goiás na Frente. Qual é a agenda no interior de Goiás após a reunião com os prefeitos?
O Programa Goiás na Frente é o maior programa de investimentos em curso hoje no país. Teve sua origem quando definimos a locação em diversos recursos de diversas áreas do governo para estabelecer uma retomada do desenvolvimento econômico do Estado de Goiás. No final de novembro do ano passado e início de dezembro, o governador nos convidou para coordenar esse programa. Na medida em que estávamos a definir as fontes de financiamento e de recursos, fomos estabelecendo a dimensão do programa que contempla desde recursos ordinários do governo, aqueles relacionados às vinculações constitucionais, aqueles que o Tesouro ordinariamente atua, até receitas extraordinárias como aquelas derivadas de operações de crédito e da venda de ativos, como é o caso da venda da Celg. Então, o conjunto de fontes de financiamento propiciou a construção deste programa de investimentos. É importante destacar que o governador e eu realçamos que nós haveríamos de dar uma destinação estratégica para esses recursos do Estado de Goiás para evitar o que aconteceu com Cachoeira Dourada quando receberam recursos significativos e pulverizaram esses recursos, que acabou sem dar impacto no processo de desenvolvimento econômico do Estado. Diferente daquela época, dividimos o programa em três eixos fundamentais. O eixo de logística e infraestrutura, que são as grandes obras que vão de investimentos em duplicações rodoviárias, na área de energia, saneamento, educação, saúde, segurança pública. Na proteção social, com programas na área de habitação, a construção de 30 mil casas, Cheques Reformas, programas de qualificação profissional, Bolsa-Futuro, Bolsa Universitária, assim como o Renda Cidadã. Todos são interligados, de uma forma ou de outra, dentro desse programa. A outra vertente é o apoio direto aos municípios. Temos na ordem de R$ 500 milhões, que estamos investindo diretamente no apoio ao desenvolvimento municipal, onde o governador recebeu todos os prefeitos, eu recebi todos os prefeitos, alinhavando as prioridades e fazendo a transferência de recursos para que eles possam atender às demandas locais. Portanto, é um programa que envolve R$ 9 bilhões de investimentos, sendo R$ 6 bilhões do Tesouro Estadual, pelas diversas fontes de financiamento, e R$ 3 bilhões da iniciativa privada, em áreas correlatas ao governo, como energia e saneamento básico. É importante destacar que iniciamos e lançamos o programa a cerca de 20, 30 dias, fizemos a apresentação geral e a base elementar e fundamental desse programa é a transparência. Sempre afirmamos, eu, o governador e toda a equipe, que nós iríamos apontar à sociedade onde cada centavo da privatização da Celg, das operações de crédito, dos recursos do Tesouro estão sendo e onde estão sendo aplicados. O objetivo de cada um dos encontros no interior é fazer com que esse programa tenha, além da dimensão histórica do ponto de vista de logística e investimento, também uma transparência que seja referencial para o país. Estamos a dar ordens de serviço, a iniciar obras de grande porte, a firmar convênios com municípios que já apresentaram a documentação pertinente e dar à população o conhecimento de cada um daqueles itens previstos no Programa Goiás na Frente que tem a ambição de ser um programa referencial para o país, ajudando o país a sair da crise e virar a página para o desenvolvimento econômico.
Não é um programa que tem mais força eleitoral do que efetiva de investimento e recursos garantidos?
Ao anunciar o programa, tanto o governador quanto nós, da equipe, elaboramos o programa e comunicamos a toda a sociedade de Goiânia e estamos a fazê-lo também nos encontros regionais, onde estamos delimitando no espectro de atuação dos municípios visitados, ou seja, nas microrregiões do Estado, centavo por centavo da fonte de financiamento. Temos aproximadamente R$ 890 milhões, R$ 900 milhões, que são provenientes da privatização da Celg, que já estão em caixa. Temos mais R$ 600 milhões que são de operações de créditos firmados com a Caixa Econômica Federal. Temos recursos derivados do Fundo de Equilíbrio Fiscal do Estado de Goiás, através de alteração na legislação do Protege, que representa algo em torno de R$ 600 milhões. Recursos de vinculações da Ciência e Tecnologia, Educação, Saúde, que estão sendo direcionados para investimentos. Recursos derivados de fundos, como Fundo Produzir, que tem toda uma locação de recursos definidos para a área de investimento. E recursos de ativos do Estado de Goiás, que são disponibilizados totalizando R$ 6 bilhões para serem investidos ao longo do orçamento de 2017 e 2018. Todos esses recursos estão definidos. Hoje, eu estava em uma reunião com toda a equipe do programa Goiás na Frente, onde estamos a analisar requerimento por requerimento dos municípios. Aqueles que já estão com toda a documentação apresentada, já estamos a liberar os recursos, depositar nas contas dos respectivos municípios.
Quem já está preparado para receber os recursos?
Recebemos até agora 67 pedidos de projetos, dos quais foram feitas análises de 19 projetos pela área de Engenharia; oito estão em fase final de elaboração; já pagamos para dois. Nós já devemos pagar até o final da semana a primeira parcela para esses oito que já apresentaram a documentação e foi finalizada a parte de análise. Cada município vem apresentando seu projeto. Já apresentaram 67. Muitas vezes isso demora, depende da demanda que o prefeito estabeleceu como prioridade para seu município, cabe a ele apresentar o projeto, seja pavimentação asfáltica, a construção de obra civil. Ele apresenta o projeto, a partir daí é feita a análise técnica primeiro e depois a análise documental. Goianira, por exemplo, o projeto foi apresentado para aquisição de maquinário pesado para pavimentação urbana. Parte do recurso está usando para aquisição desse maquinário e parte será para execução da obra.
A transparência é acessível à população?
Sem dúvidas, mesmo porque a legislação exige que cada convênio tenha sua publicação. Então, é feita a publicação de cada convênio, com cada município. Na publicação consta o valor do convênio e o objeto a ser utilizado pelo convênio. Ou seja, a sociedade tem todo um aparato de ferramentas para ter conhecimento integral desses recursos. Mesmo porque a Secretaria de Estado de Governo fará o acompanhamento e a fiscalização. Os recursos são divididos em parcelas, na medida que é executada a parcela, é feita a medição e liberada a parcela subsequente para evitar que esse dinheiro vá ao município e não se transforme na obra que foi definida pelo prefeito.
Os dois pagos são quais?
Goianira e Vianópolis, que já estão em fase de ordem de pagamento. Esses municípios inauguraram o Goiás na Frente no ponto de vista de convênios com municípios, porque temos a parte de infraestrutura e grandes obras de duplicação já foram retomadas, obras rodoviárias, hospitais estão sendo construídos, que compõem todo esse conjunto de ações do Goiás na Frente.
Quais são as obras já foram iniciadas?
Temos a GO-174, que liga Rio Verde a Montividiu, as máquinas já estão trabalhando a todo vapor. Foram retomadas obras que ligam Goiânia, a duplicação até a cidade de Goiás. Estamos com maquinário mobilizado para a duplicação de Morrinhos a Caldas Novas; maquinários chegando à estrada de Divinópolis a Monte Alegre; de Niquelândia a Colinas do Sul e de Colinas do Sul a Minaçu e povoado de São Jorge, que liga a Alto Paraíso. Na via dos Romeiros, que ligam Niquelândia ao Santuário de Muquém, a via já está sendo construída também, dentro de um conjunto de ações rodoviárias. O Hospital de Uruaçu está avançando na conclusão final, o Hospital de Águas Lindas também, queremos entregar o mais rápido possível todas essas unidades, dentro de um conjunto de obras estruturantes que foram previstas dentro do programa Goiás na Frente.
Essa dinâmica de obras cria para o governo Marconi um ambiente diferente, de que está se mostrando mais?
Na verdade, vivemos um país onde observamos uma das maiores crises das últimas décadas. Essa crise impactou profundamente a União, os estados e municípios, e o governador ao antever essa crise tomou medidas adequadas para que nós, goianos, não pudéssemos enxergar o mesmo quadro que os cariocas estão observando, os paulistas, os mineiros, os gaúchos. Alguns estados não dão conta sequer de pagar a folha de aposentados, se inativos, alguns não dão conta de pagar o custeio elementar, e o Estado de Goiás vive uma condição de saúde financeira. Mas para isso foi preciso tomar medidas em 2014 e início de 2015, onde as medidas de austeridade foram encaminhadas à Assembleia Legislativa. Todo esse esforço propiciou uma poupança para que pudéssemos retomar o processo de desenvolvimento neste momento. Então, é uma ação planejada, com responsabilidade para preservar a saúde econômica do Estado de Goiás. Nós temos hoje um momento que nos permite realizar essas ações e não apenas no ponto de vista de obras e infraestrutura, mas o governador, ao final do ano passado, promoveu reajuste na ordem de 12,33% de salário de todos os servidores da Segurança Pública. Agora, concedeu aumento de salários a todos os servidores da Educação, que vão de 7% a 34% dependendo da categoria, demonstrando que temos um compromisso com a estabilidade econômica, com o servidor público e com a infraestrutura do Estado. Portanto, nós temos as condições adequadas para ter esse cenário hoje, que nos coloca em uma condição muito mais confortável que os demais estados do Brasil. Agora, é importante destacar que são medidas que temos que tomar no dia-a-dia. Está agora tramitando na Assembleia Legislativa a PEC do Teto, que é uma ação legislativa extremamente importante para garantir a eficácia do Goiás na Frente para hoje e amanhã, para que tenhamos condições de realizar investimentos hoje e em 2018, 2019, 2020. É uma das medidas muito importantes para a saúde financeira do Estado e para que consigamos manter o ritmo de desenvolvimento do estado.
Até deputados da base estão criticando o projeto
A construção política é natural dentro desses processos. É necessário fazer ajustes, o parlamento obviamente faz análises e sugestões e a área fazendária do Estado faz a análise sobre a ótica do impacto financeiro nas contas do Estado a médio e longo prazo, que é o que temos que garantir à saúde financeira do Estado. Feitos esses estudos, verificou-se que é possível avançar em determinados pontos e estabelecemos o entendimento com o parlamento. O fato é que toda a nossa bancada está convencida sobre a importância da PEC do Teto. Nós tivemos uma reunião e tratamos exclusivamente dessa matéria com os deputados. Todos eles estão convencido. Agora, é apenas fazer um apontamento em relação a determinados pontos da PEC que foram agora encaminhados. Esperamos que na próxima semana essa matéria já esteja sido apreciada pelo parlamento goiano.
Houve acordos, o governo cedeu?
São diversos pontos. A construção de toda a legislação parte de um processo de diálogo, de debate. Ninguém constrói se não tiver capacidade de ouvir, de sentir. Ninguém é dono da razão. Tem gente que gosta de radicalizar, chamar os outros para briga, de discutir temas de maneira árida, apontar dedos para o outro, de não ouvir ninguém e achar que é o dono da razão. Dificilmente você chega a um bom caminho dessa forma. É importante você apresentar uma proposta e ter a capacidade de ouvir também as outras propostas. A partir daí você constrói o cenário que melhor adequa às necessidades econômicas do Estado, às políticas de ajuste econômico do Estado e às necessidades de crescimento tanto do ponto de vista de infraestrutura quanto de serviços públicos.
Qual é a sua visão sobre contratos temporários?
Primeiro nós vamos dividir. A Universidade Estadual de Goiás tem autonomia financeira e administrativa. Ela que busca estabelecer suas prioridades através da liderança do reitor e professor Haroldo [Reimer], que tem feito um belíssimo trabalho na UEG. Naturalmente, ele tem dentro do seu planejamento administrativo toda uma estratégia para discutir essas questões de maneira interna.
Apesar da autonomia, a Universidade precisa ser mais ágil
É verdade, estamos avançando para essa autonomia integral, que ao meu ver é muito positiva. Também temos uma realidade relacionada a eventuais contratos temporários que, muitas vezes, são interessantes do ponto de vista da execução de determinados serviços. Posso ilustrar esse raciocínio, que pode servir para outras áreas do governo. Recentemente nós tivemos um debate muito forte acerca do sistema penitenciário do Estado de Goiás e nacional que foi colocado em xeque ao longo dos últimos meses. No caso de Goiás, temos um cenário que aponta um volume significativo de agentes prisionais, que são de contratos temporários, os VPT’s. Ao meu ver, é um problema que temos que solucionar. Esse temporário fica apenas um ano. Quando ele começa a aprender o serviço de maneira adequada, ele já tem que ser substituído por outro que vai iniciar. Ao meu ver, isso não é saudável para o serviço público. Exatamente por isso é que o governo deve estar muito em breve ampliando o concurso para agentes prisionais. Recentemente fizemos o chamamento de 455 agentes prisionais e, assim que terminar de chegar, devemos abrir concurso para substituir os atuais temporários. Agora, é claro que demanda uma fase de transição, porque você não pode fazer isso da noite para o dia, colocar em xeque os serviços públicos ofertados, mesmo porque entre o lançamento do edital e o chamamento dos aprovados você tem um período que você tem que solucionar. Eu já tive oportunidade de debater muito isso junto ao Ministério Público, acho que essa é uma saída que teremos. Além de outras ferramentas, como o caso de gestão compartilhada na área do sistema prisional ou em outras áreas que também possam atender às expectativas da população.
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