Mais uma medalha para a coleção! O brasileiro Alison dos Santos, o “Piu”, conquistou a medalha de bronze na final dos 400m com barreiras nesta sexta-feira, 9, nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Com tempo de 47s26, ele ficou em terceiro para repetir o desempenho em Tóquio 2020, garantindo sua segunda medalha olímpica de bronze na carreira.
Campeão olímpico, o americano Rai Benjamin foi o único a correr abaixo dos 47s no Stade de France, fechando em 46s46. O noruegês Kasper Warholm ficou com a prata, com 47s06, apenas 0s2 à frente de Alison. Na prática, foi um pódio muito similar ao de Tóquio, com Piu em terceiro e as duas primeiras posições invertidas.
“Foi mágico poder entrar num estádio lotado e ter aquela energia de todo mundo gritando. Todo mundo estava competindo, obviamente, tinha um francês na nossa prova, mas eles estavam vibrando, eles queriam ver algo bonito e acho que a gente conseguiu entregar isso. A gente poder ter uma rivalidade muito amigável que a gente tem entre todos os atletas que estão correndo agora, porque a gente sabe que a gente não pode dar bobeira, tem que correr muito rápido. Estar conseguindo a medalha, tem que correr muito rápido pra estar no pódio e conseguir chegar aqui mais uma vez é maravilhoso, é mágico pra gente. Estou muito orgulhoso disso e agora só quero aproveitar e dividir essa conquista com todo mundo”, disse Alison.
Alison havia se classificado à final com um “susto”. Terceiro em sua bateria eliminatória na semifinal, o campeão mundial em Eugene 2022 precisou esperar os resultados dos rivais para confirmar que se classificaria à decisão em Paris pelo tempo. Com 47s05, ele se classificou com a quarta melhor marca geral.
O resultado coroa a superação de Piu não só sobre os dez obstáculos e os adversários na pista, mas também sobre os desafios fora dela. Em 2023, o jovem de 24 anos teve que superar uma grave lesão no menisco lateral do joelho direito. Ele passou por uma cirurgia, que marcou seu ciclo olímpico, em fevereiro de 2023.
Outros resultados e um noivado no atletismo
Após 16 anos longe de uma final olímpica no salto triplo, o Brasil voltou a ter um representante entre os finalistas na prova em que já teve muita tradição e conquistas de medalhas. Com um salto de 16,41m, Almir Júnior, de 30 anos, alcançou a 11ª colocação nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Após a prova, o brasileiro pediu a namorada Talita Ramos em noivado em pleno estádio olímpico.
“Esse foi um ciclo difícil, com muita abdicação e dedicação. Às vezes temos que brindar a parte boa também. A Talita me dá suporte, me dá apoio, é quem aguenta junto, quem me dá tranquilidade para que eu possa fazer o meu melhor. A Talita foi meu porto seguro. Eu queria coroar esses Jogos com uma medalha, mas eu não podia perder essa oportunidade”, disse o atleta.
A medalha de ouro foi para o espanhol Jordan Alejandro Fortun (17,86m), a prata para o português Pedro Pichardo (17,84m) e o bronze para o italiano Andy Hernandez (17,64m).
Em seu primeiro salto, Almir fez 16,41m. Na segunda tentativa ele queimou o salto e marcou 16,28m no terceiro. “Hoje eu pequei pelo excesso de vontade por ser uma final olímpica. Depois que eu vi o nível dos saltos da primeira rodada fui para o tudo ou nada e acabei queimando alguns saltos. Agora tenho que aguardar mais quatro anos para os próximos Jogos”, disse Almir, segundo colocado no Mundial Indoor de 2018, prata nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2003 e primeiro lugar no Ibero-Americano de 2024.
Em sua história, o Brasil já conquistou seis medalhas olímpicas: Dois ouros com Adhemar Ferreira da Silva, duas pratas com Nelson Prudêncio e dois bronzes com João do Pulo. A última vez que o Brasil esteve na final da prova em Jogos Olímpicos aconteceu em Pequim 2008, com Jadel Gregório na sexta colocação.
Mais cedo, na sessão da manhã, a equipe brasileira não conseguiu se classificar para a final do revezamento 4x400m rasos. Com três integrantes do time que conquistou o ouro nos Jogos Pan-americanos Santiago 2023 – Lucas Carvalho, Douglas Mendes e Lucas Vilar -, além de Jadson Erick, o Brasil não fez uma boa prova, começou atras e não conseguiu se recuperar, marcando 3min00s95, não suficiente para alcançar a vaga na final.
“Com o tempo que fizemos hoje no Mundial de Revezamento a gente seria medalhista de ouro, só que aqui estamos falando de Olimpíadas. Vamos sair de cabeça erguida. Essa equipe pode brigar com todas do mundo”, disse Matheus Lima, que encerrou a prova.
O revezamento 4×400 masculino do Brasil se classificou para os Jogos Paris 2024 pelo Mundial de Revezamento 2024 realizado em Bahamas. Mesmo sem ir para a final, o quarteto brasileiro uma das vagas ao vencer uma das repescagens com o tempo de 3min01s86.
O revezamento 4×400 metros foi quarto colocado em Barcelona 1992 com Robson Caetano na equipe e chegou a outras duas finais olímpicas.
Informações – COB
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