O empresário Joesley Batista, do grupo J&F, que controla a JBS, presta depoimento nesta quarta-feira (21) na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
A ação acontece um dia após a PF entregar um relatório preliminar ao STF (Supremo Tribunal Federal) onde afirma que há “evidências” da prática de corrupção passiva por parte do presidente Michel Temer e de seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures.
Segundo a corporação, Temer valendo-se da interposição de Rodrigo Rocha Loures, aceitou “promessa de vantagem indevida em razão da função”. A vantagem foi recebida do grupo J&F a Loures “imediatamente” e a Temer “remotamente”.
Batista chegou ao local às 9h acompanhado de advogados e entrou sem falar com a imprensa, de boné e com os cabelos cortados. Ele presta depoimento aos delegados das operações Bullish e Greenfield, segundo a PF.
A Operação Bullish apura supostas irregularidades na concessão de empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) à JBS e a Greenfield investiga fraudes em fundos de pensão de funcionários de empresas estatais.
Na última sexta (16), Batista também prestou depoimento e afirmou que soube por Geddel Vieira Lima que o presidente Michel Temer “pressionou” a ex-presidente do BNDES Maria Silvia para favorecer o frigorífico.
De acordo com o empresário, o presidente teria chamado Maria Silvia em seu gabinete para pedir que ela não vetasse uma reestruturação societária da JBS no exterior. Maria Silva pediu demissão no começo do mês do cargo.
Em entrevista à revista “Época” publicada no último final de semana, Batista afirmou que o presidente é o líder da “organização criminosa”. Temer entrou com ação na Justiça as declarações do empresário, mas a queixa foi rejeitada.
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