22 de dezembro de 2024
Baixa renda

Desigualdade social: levantamento mostra Jaraguá como um dos municípios mais pobres do Brasil

Cidade fica em 2.871º lugar, das 5.570 no Brasil, das de menor renda por pessoa
A renda média da população de Jaraguá é de R$ 392,61, valor abaixo da linha da pobreza. (Foto: reprodução)
A renda média da população de Jaraguá é de R$ 392,61, valor abaixo da linha da pobreza. (Foto: reprodução)

Após ser destaque negativo em uma reportagem do Estadão no último domingo (17), a Prefeitura de Jaraguá se posicionou sobre assunto. A matéria trazia dados que mostram o município do norte goiano, que tem 45 mil habitantes, como um dos que mais recebe ajuda do governo federal, mas que tem uma economia que não avança e uma população que tem renda média abaixo da linha da pobreza.

Segundo o que foi informado pelo jornal, Jaraguá faz parte dos “bolsões de desigualdade do Brasil” e a renda média da população da cidade é de R$ 392,61, valor abaixo da linha da pobreza. O que faz o município ficar o 2.871º lugar (dos 5.570 no Brasil) dos de menor renda. Enquanto isso, a prefeitura recebeu R$ 73,15 milhões do governo federal em 2022, valor que equivale a R$ 1.618 por habitante, maior do que o recebido por Goiânia (R$ 738), no mesmo período.

Ainda de acordo com a reportagem do Estadão e um levantamento do jornal, o que acontece em Jaraguá é um reflexo da realidade do Brasil que, mesmo com tanto dinheiro, ainda é um dos mais desiguais do mundo. isso por que 3.132 cidades (56% do total, ou seja, mais da metade) têm uma população com renda média abaixo da linha da pobreza, de R$ 497 mensais, o que faz com que cerca de 62,9 milhões de brasileiros vivam em situação de pobreza. Os dados publicados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Ainda sobre Jaraguá e a resposta da prefeitura da cidade e do prefeito Paulo Vitor Avelar (União Brasil), a administração afirmou que reconhece as “complexas situações enfrentadas pelos cidadãos”, como Wellington de Souza Rodrigues – trabalhador que chegou a ser citado na reportagem do Estadão – e outros membros da comunidade. Confira a resposta, na íntegra, enviada pela prefeitura.

“Estamos empenhados e monitorando de perto essas questões com o objetivo de tomar medidas para aprimorar as condições de vida da população. A desigualdade é uma realidade incontestável em nosso país, e, como mencionado no texto, Jaraguá é apenas uma das milhares de cidades que enfrentam esse desafio. A gestão municipal está decidida a enfrentá-lo com seriedade e responsabilidade.

Em primeiro lugar, é importante observar que o aumento nos recursos financeiros alocados para os municípios não é, por si só, uma garantia de que a desigualdade diminuirá automaticamente. Existem várias razões para isso, incluindo a desigualdade estrutural. Essas disparidades têm raízes profundas e não podem ser resolvidas apenas com a alocação de recursos adicionais. São necessárias abordagens de longo prazo e estratégias abrangentes para mitigar essas desigualdades históricas.

A falta de um aumento proporcional na arrecadação municipal em relação ao crescimento das despesas nos últimos anos responde à pergunta central abordada na matéria, especificamente relacionada à cidade de Jaraguá. Esse é um desafio adicional para que o problema da desigualdade no município seja combatido de forma eficaz. A administração tem trabalhado incansavelmente para implementar políticas públicas que promovam o desenvolvimento econômico, a criação de empregos, a melhoria da educação
e da saúde, bem como o acesso aos serviços básicos para toda a população.

No entanto, a transformação de uma realidade tão complexa requer tempo e esforços coletivos. É importante ressaltar que a distribuição de recursos governamentais desempenha um papel fundamental na capacidade da administração em fornecer serviços de alta qualidade, infraestrutura adequada, educação, saúde e oportunidades de emprego. A desigualdade econômica que enfrentamos é uma questão complexa que exige a colaboração e o apoio de todos os níveis de governo, bem como da sociedade civil, para ser efetivamente combatida.

A Prefeitura Municipal de Jaraguá tem se comprometido em fazer o melhor uso possível dos recursos disponíveis. Trabalhamos constantemente para otimizar os investimentos em projetos e programas que beneficiem a população, com foco na redução das desigualdades e na promoção do bem-estar social. Esses esforços incluem:

Participação em programas governamentais de assistência: Colaboramos ativamente com programas governamentais voltados para apoiar as famílias em situação de vulnerabilidade social no município. Trabalhamos em conjunto com órgãos estaduais e federais para garantir que os recursos sejam alocados de acordo com as necessidades identificadas na comunidade.

Desenvolvimento de projetos locais: Além de contar com o apoio de programas governamentais, também investimos em projetos locais que estimulam o desenvolvimento econômico e social da região. Isso inclui iniciativas destinadas à criação de empregos, ao fortalecimento da educação e ao acesso a serviços de saúde de qualidade.

Transparência e prestação de contas: Mantemos o compromisso contínuo com a transparência e a prestação de contas das ações municipais. Disponibilizamos informações detalhadas sobre a alocação de recursos e o andamento de projetos para que a comunidade possa acompanhar de perto os esforços do poder executivo.

Apesar dos desafios significativos, continuamos comprometidos em buscar soluções e promover melhorias para a comunidade local e reconhecemos a importância do papel da Prefeitura Municipal de Jaraguá na construção de um futuro mais justo e igualitário para todos os cidadãos.

Problema da desigualdade social

Apesar de Jaraguá debutar como um dos municípios de Goiás com uma das menores rendas média da população, chegando a ficar abaixo da linha da pobreza, o problema da desigualdade social não é novidade, muito menos caso de cidades pobres. A reportagem do Estadão também chegou a citar Anápolis, por exemplo, como lugar próspero por ter crescido com a criação de empregos na sua base aérea alinhada às indústrias, principalmente do polo farmacêutico mas que tem 31,9% da população vivendo com meio salário mínimo por mês.


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