Brasil

Janja pede legislação ambiental mais dura para prevenir tragédias e denuncia fake news à PF e AGU

A primeira-dama do Brasil, Rosângela Silva, também chamada de Janja, pediu nesta terça-feira (14) uma mudança mais dura na legislação ambiental para evitar tragédias climáticas como a que está em andamento no Rio Grande do Sul. O estado já registra 147 mortes, 125 desaparecidos e milhares de desalojados em meio às enchentes, agravadas por tremores de terra e frio nesta terça.

Janja também informou que encaminhou várias fake news que estão circulando sobre a situação dos gaúchos para que a Polícia Federal (PF) e a Advocacia-Geral da União (AGU) apurem. Ela se disse indignada com as mentiras, tomando tempo e energia das autoridades envolvidas na ajuda humanitária ao Rio Grande do Sul.

As declarações foram durante entrevista aos jornalistas Guga Noblat e Willian De Luca, no Papo de Rolê do Instituto Conhecimento Liberta (ICL) desta terça. Durante a entrevista Janja descartou qualquer intenção de se candidatar em alguma eleição. “Faço política nos bastidores”, disse.

Tremores assustam ainda mais

“É um momento difícil. Nunca vivemos isso. Nunca tivemos evento climático dessa magnitude”, afirmou de início, acrescentando que ficou espantada com a notícia também de tremores em Caxias do Sul.

A primeira-dama considera que a tragédia gaúcha pode servir de exemplo para uma mudança de postura. “Pode ser uma virada de chave no que a gente precisava para enxergar que as mudanças climáticas estão ocorrendo na prática também no Brasil, já que o assunto é sempre tratado como um problema de outros países”, observou.

Janja pede legislação mais dura

“A gente precisa de uma legislação sobre mudanças climáticas mais forte, mais consistente, que não tenha manobra”, defendeu Janja. Ela ainda observou que os estados “têm bastante liberdade de poder para mudar leis ambientais próprias”, sinalizando que isso é arriscado. “Precisamos de uma lei federal mais forte e isso tem que vir da classe política brasileira”, acrescentou.

“Na semana passada, ao fazer abertura de evento sobre bioeconomia do G20, falei que é um cenário de guerra [no Rio Grande do Sul] e que estamos lutando contra alguém que sempre esteve do nosso lado, que é a natureza. Então precisamos parar e nos reconectar com essa natureza porque precisamos ser aliados dela. E não vamos vencer essa guerra, estamos vendo a força da água, não tem o que segure”, exemplificou.

Acompanhada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Janja esteve três vezes no Rio Grande do Sul desde a catástrofe. Ela opinou sobre a situação de retomada das cidades mais destruídas, já que há recomendações para elas devam ser reconstruídas em outros locais.

“A ministra Marina [Silva, do Meio Ambiente] fala que o que houve no Rio Grande do Sul é o novo normal e o que vem pela frente a gente ainda não sabe. Estamos tratando como uma catástrofe, mas é um novo normal e a gente precisa se preparar para isso, talvez realocar muita gente para um lugar seguro porque teremos recorrência como houve no Vale do Taquari”, refletiu ela.

Fake news e conservadorismo do Sul

Ao falar sobre como as fake news e a disseminação de ódio estão ocorrendo em meio à tragédia, Janja citou a solidariedade do povo do Nordeste. Ela não citou, mas na região já existiram movimentos separatistas que muitas vezes se referiam ao Nordeste negativamente.

“Sempre falei que precisava reacender a chama da solidariedade e o evento no RS foi esse sopro. A gente vê o Brasil todo mobilizado pelo Rio Grande do Sul. Por mais que se saiba que é um estado de gente com uma linha ideológica mais conservadora, ninguém está preocupado com isso. O Brasil inteiro está se movimentando. No Nordeste, que foi tão atacado por essa linha conservadora, ninguém está pensando nisso. Estão todos se movendo pelo Rio Grande do Sul, pelas mães do Rio Grande do Sul”, acrescentou.

A primeira-dama disse que fica irritada vendo as autoridades dispendendo energia que poderia ser usada com as equipes na tragédia para ficar desmentindo fake news sobre ajuda para a região, gerando desmobilização. “A gente vendo nos noticiários os jornalistas tendo de desmentir fake news levanta questionamento se saímos melhor da pandemia, que foi tão permeada de fake news”, comentou.

Situação irônica das Forças Armadas

Ela também citou uma pesquisa divulgada no final de semana indicando que 68% dos entrevistados disseram que não receberam fake news. Janja riu e destacou que, a seu ver, essas pessoas simplesmente acreditaram que a mentira enviada era uma verdade. “Tanto a AGU quanto a Polícia Federal estão fazendo o rastreamento e o trabalho para combater isso. Os ministros a todo dia desmentindo isso”, frisou.  

Ela comentou ainda uma conversa com o general Hertz Pires do Nascimento, vice-Chefe do Estado Maior do Exército, sobre o problema. “As fake news que tanto foram usadas contra um governo progressista, pedindo inclusive que as Forças Armadas dessem um golpe militar, hoje essas mesmas Forças Armadas estão sendo vítimas de fake news”.

Entre os denunciados por disseminar mentiras sobre o assunto está o influenciador digital Pablo Marçal de Goiás. Leia a notícia!

Goiano Pablo Marçal é acionado pela AGU após fake news sobre atuação dos militares no RS

Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.

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