Afonso Coelho e Amanda Coelho são irmãos e estudavam no Colégio e Curso Olimpo, ambos buscando uma vaga na universidade federal para Medicina. Para isso, se preparam bastante e se destacaram na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023. O fato curioso é que os dois tiraram a mesma nota: 980.

Apesar de ser o mesmo colégio, Afonso cursava o segundo ano de cursinho, enquanto Amanda estava no terceiro ano do ensino médio. Segundo o estudante, ao ver a nota da redação, teve um mix de sensações.

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“Ao ver minha nota de redação, uma mistura intensa de euforia e alívio tomou conta de mim. Ver o número 980 na tela foi um momento de pura gratificação e reconhecimento pelo esforço investido. A alegria que senti ao compartilhar essa conquista com meus pais e professores, que estiveram ao meu lado durante toda a jornada de preparação, foi bastante especial”, contou.

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Já Amanda relata que a nota respondeu às expectativas que tinha. “Pude ter certeza de que toda dedicação e todo processo foram especiais para minha evolução como pessoa”, afirmou.

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A estudante relata que em 2022, fez a prova como treineira, alcançando a nota 960. “Esse ano [2023] minha preparação foi buscar aprimorar e lapidar os conhecimentos para conquistar a nota máxima”, disse.

“Jornada singular”

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De acordo com Afonso, o ano de 2023 se mostrou desafiador, marcado por uma “jornada singular”. Ele conta que a designação “sabático” surgiu em uma conversa com um amigo, discutindo sobre as notas do Enem e que deixou o sonho da Medicina de lado por não atingir a pontuação necessária para ingressar na federal.

“Meu anseio sempre foi cursar medicina na UFG [Universidade Federal de Goiás], próximo aos meus pais e família. No Enem 2022, meu primeiro ano de cursinho, infelizmente, não alcancei a pontuação necessária, levando-me a optar pelo curso de Direito. Contudo, após alguns meses, percebi que não era meu caminho ideal”, disse.

O estudante contou que, ao perceber que seu sonho realmente era cursar Medicina, buscou o diretor do Colégio Olimpo, que o recebeu de braços abertos no curso preparatório. Afonso utilizou os aprendizados técnicos que adquiriu em outras experiências do Enem para alcançar bons resultados.

“Por experiência, sabia minhas forças e fraquezas e, dessa vez, tive a maturidade de focar nas fraquezas, coisa que negligenciava. Em relação à redação, já possuía um entendimento sólido sobre a construção de textos, frutos dos anos anteriores com a equipe de redação competente do colégio”, relatou.

Anteriormente, Afonso realizava de duas a três redações semanais, mas ano passado, reduziu para uma por semana, se dedicando a extrair o máximo das correções e aplicando metodicamente as sugestões para aprimorar a escrita na redação seguinte. “Essa abordagem focada e intensiva culminou nos frutos do meu trabalho, refletidos na minha melhor nota na redação do Enem”, afirmou.

Sobre abandonar o curso de Direito, o estudante avalia que não foi apenas uma mudança de curso, mas um processo de autoconhecimento profundo. “Perceber que o Direito não era meu chamado foi uma lição valiosa, destacando a importância de seguir minha verdadeira paixão. Cada desafio ao longo desse percurso contribuiu para minha resiliência e me fortaleceu”, diz.

Entretanto, o estudante entende que a qualidade do processo de estudo foi tão crucial quanto a quantidade e que as correções das redações qualificaram o processo, além de aprimorar a habilidade de expressão escrita. “Assim, ao atingir a pontuação de 980, não vejo apenas um número, mas uma representação tangível da minha dedicação, aprendizado contínuo e perseverança”, finaliza.

Surpresos com o tema

Os irmãos se surpreenderam com o tema da redação – “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. Segundo Amanda, no momento de tensão levou um “baita susto”.

“Ler e reler o tema para tentar encontrar todos os tópicos a serem trabalhados no decorrer da minha redação foi algo que fiz. Mas, como disse antes, a Equipe Olimpo nos preparou e nos proporcionou materiais que auxiliou bastante na construção da dissertação. Foi trabalhado em sala um tema bastante semelhante. Sem dúvidas, um tema que levou bastante tempo conseguir concretizar os conhecimentos e colocá-los no papel. Durante a prova do Enem, lembrei de todas as pesquisas e todas as dicas e apliquei na minha redação”, relata.

Afonso diz que também foi pego de surpresa, gerando apreensão, como costumava acontecer com temas inesperados. Entretanto, ele reforça que temas semelhantes haviam sido propostos pelos professores do colégio.

“À medida que me acalmei, percebi que o tema, apesar de desafiador, podia ser abordado de maneira similar ao que costumava aplicar nas redações sobre falta de acesso pleno a cidadania e desigualdade de gênero. Felizmente, o resultado foi positivo”, disse.

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