Recebido hoje de manhã pelo governador Marconi Perillo para a primeira audiência oficial, onde foram discutidas as demandas administrativas de Goiânia, o prefeito Iris Rezende (PMDB) disse que foi “surpreendido” pela iniciativa do governador de convocar todo o secretariado, que na sua avaliação foi um “gesto de apreço” para com ele e com na cidade, “um momento marcante” na história política de Goiás. “Vamos administrar Goiânia de mãos dadas com o governo estadual, buscando soluções dos problemas, que não são poucos”, disse o prefeito.
“A nossa intenção é desenvolver um trabalho em conjunto, em benefício da nossa cidade. Eu li algo que o governador anunciava que iria à Prefeitura. Pensei, ‘não. Existe uma hierarquia’. E eu, imediatamente, pedi uma audiência, justamente em sinal de respeito e de consideração”, assinalou.
Iris observou que é a primeira vez que se vê na história política de Goiás, entre governador e prefeito, um gesto desse: “O governador convocando todo o secretariado para ouvir o prefeito”.
Segundo o prefeito, todos sabem que vivemos um dos momentos mais críticos da vida política do País, dos estados e dos municípios. “Ninguém poderia imaginar que se chegasse a essa situação, quando praticamente todas as prefeituras, todos os governos estaduais – e o governo federal também não nega – vivem uma dificuldade muito grande. Isso nos leva a encarar o poder público com mais preocupação e com profunda responsabilidade”, afirmou.
Disse também que assim que tomou conhecimento, pela imprensa, de que o governador faria, primeiro, uma visita a ele no Paço Municipal, pensou na precedência e na hierarquia. “Eu logo então pedi para, como prefeito de Goiânia, vir manifestar ao governador o nosso respeito, a nossa consideração e o nosso interesse de realizar nessa cidade um trabalho conjunto”, reafirmou.
O prefeito disse ainda saber que o governo estadual é dirigido com “espírito público” e o objetivo da administração municipal é “servir à população”. Foi fundamentado nisso, explicou, que levou alguns pedidos ao governador, de ordem burocrática, administrativa, e também manifestou a Marconi o interesse de realizar um “trabalho conjunto”.
Ele lembrou que Goiânia é uma cidade que cresce muito, tem de haver vigilância para não ser “tomada de favelas”. Também a capital é uma cidade que recebe pessoas de todos os recantos do País em busca de Saúde: “Então, a questão da Saúde de Goiânia é uma preocupação – e o governador já manifestou isso com a construção de uma infraestrutura de hospitais e outras ações na área da Saúde”.
Na Educação, assinalou que embora o ensino infantil e o fundamental sejam de competência da Prefeitura e o Ensino Médio, do Estado, isso não impede a realização de um trabalho conjunto de valorização das crianças, dos adolescentes e de jovens de uma maneira geral.
Na avaliação do prefeito, se existem divergências em época de eleição, “elas não podem nunca influenciar a ação de governantes movidos pelo espírito público, pelo sentimento de pátria, pela responsabilidade administrativa”. Afirmou ter sentido que ele e o governador vão realizar um trabalho conjunto em Goiânia e dar exemplo aos prefeitos das capitais e governadores dos outros estados.
“Trouxe dois pedidos ao governador, que foram imediatamente autorizados. Na área da informática, dois projetos que têm o governo do Estado, tanto na área tributária, quanto na área de recursos humanos. Isso vai facilitar enormemente a prefeitura de Goiânia, em uma área que está praticamente zerada. Seria um projeto que custaria muito, se fosse para a Prefeitura licitar”, arrematou Iris.
Sobre o debate envolvendo o contrato do município de Goiânia com a Saneago, afirmou que o governador já abriu a discussão do processo e que o próprio Marconi garantiu que o assunto será avaliado de “tecnicamente”.
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