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Categorias: Política
| Em 11 anos atrás

Iris lança dúvida sobre patrimônio de Marconi

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Desde sábado, a troca de farpas entre iristas e marconistas tem sido o assunto da política. Agora, Iris Rezende (PMDB) contra-ataca o governador Marconi Perillo (PSDB), em nota, em que lança dúvidas sobre a evolução patrimonial do chefe do Executivo goiano. 

Além disso, em resposta, Iris mostra documento do Ministério Público do Estado de Goiás em que é arquivada uma investigação sobre a evolução patrimonial dele.  O documento é utilizado para mostrar que a vida econômica dele sofreu “uma devassa” e a investigação foi arquivada.

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No encontro do PMDB de sábado, 29, Marconi teria sido classificado como “chefe de quadrilha” em discurso aos participantes. O governador reagiu, em notícia publicada no jornal O Popular, 01/07. Disse ele que  “chefe de quadrilha é quem roubou do Estado nos escândalos Caixego e BEG. Chefe de quadrilha é quem trouxe a Delta para Goiás, fez contratos milionários com a empresa e entrou na Justiça para impedir que esses contratos sejam investigados. Chefe de quadrilha é quem não tem coragem de abrir seus sigilos”.

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Iris Rezende contra-atacou em nota divulgada na segunda, 01/07, em que afirma que Perillo “antes de acusar alguém, seria necessário que o governador esclareça à população a respeito da reportagem do Jornal O Globo, que denunciou em 2 de junho de 2012, que o patrimônio dele havia quintuplicado depois de ter sido eleito governador. O jornal denunciou ainda que parte dos imóveis não constava nas suas declarações de bens”.

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ABAIXO, A ÍNTEGRA DA NOTA DE IRIS REZENDE:

Carta de esclarecimento

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Em respeito à população de Goiás e em resposta às declarações do governador Marconi Perillo (PSDB) na coluna Giro, do JornalO Popular, na última segunda-feira, 1 de julho, venho a público manifestar que, ao contrário dele, tenho condições de esclarecer qualquer insinuação maldosa e mostrar que minha conduta é absolutamente diferente,limpa e transparente.

O atual governador não tem autoridade para lançar qualquer dúvida sobre minha vida pública porque foi exatamente em virtude de uma denúncia que ele formulou junto ao Ministério Público contra mim na campanha de 1998, oportunidade em que espontaneamente formalizei a abertura dos meus sigilos fiscal e bancário.

Durantes seis anos, justamente em seus dois governos, tive minha vida investigada pelo Ministério Público de Goiás que concluiu que nada de irregular existia na minha vida patrimonial, determinando o arquivamento da denúncia.

Meu patrimônio particular foi construído com muito esforço e trabalho. Me tornei advogado frequentando a sala de aula dia a dia durante cinco anos na Universidade Federal de Goiás. Construí meu patrimônio exercendo a advocacia durante 11 anos, após ter o mandato de prefeito de Goiânia cassado em 1969 pelo Regime Militar, e como integrante de empresa familiar (Frigorífico Vera Cruz S.A.), além de herança de meus pais. 

Não cabe levantar dúvidas sobre os atos da minha administração em Goiânia porque todos os contratos, licitações e contas do período em que administrei a Capital são públicos e foram aprovados pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e estão à disposição de qualquer cidadão. Não há, pois, sigilo em nenhuma dessas ações.

Nas duas vezes em que fui governador de Goiás trabalhei intensamente para reerguer as instituições econômicas pertencentes ao Estado. Não fechei nenhuma, não contribuí com a falência de nenhuma. Ao contrário, as fortaleci nos dois momentos. 

Por fim, ressalto, no momento em que o governador do Estado é flagrado por autoridades federais estabelecendo relacionamento com uma organização criminosa – e vale lembrar que recentemente foi desafiado pelo líder dessa organização sem ser capaz de reagir –, ele já perdeu a capacidade de fazer qualquer denúncia contra quem quer que seja.

Antes de acusar alguém, seria necessário que o governador esclareça à população a respeito da reportagem do Jornal O Globo, que denunciou em 2 de junho de 2012, que o patrimônio dele havia quintuplicado depois de ter sido eleito governador. O jornal denunciou ainda que parte dos imóveis não constava nas suas declarações de bens.

É bom lembrar também que o governador nunca exerceu nenhuma profissão e acumulou somente cargos públicos nesses anos todos. Talvez ele possa convencer a população goiana de que um servidor público tenha condições de morar em uma casa de um condomínio de luxo e viajar permanentemente para a Suíça.

Antes de fazer acusações vazias, o chefe do Executivo goiano deveria esclarecer a sua evolução patrimonial, de seus familiares, amigos e auxiliares próximos.

Tenho certeza de que quando o atual governador não contar mais com foro privilegiado, o Ministério Público de Goiás promoverá uma devassa em relação as acusações de que se tem notícia. Somente aí o povo de Goiás poderá julgar e ter a convicção de quem de fato tem uma vida pública exemplar.

Tenho mais de 50 anos de vida pública e me orgulho de poder sair de casa e andar de cabeça erguida. Igualmente, sinto-me lisonjeado de ter o respeito da população de Goiás e de Goiânia e o carinho de muitos companheiros nesses anos todos que sonharam e sonham com um Estado melhor e mais justo. Por último, reafirmo que continuarei intransigente na defesa dos interesses de Goiás e dos goianos.

Iris Rezende Machado

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Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: altairtavares@diariodegoias.com.br .