20 de dezembro de 2024
Goiânia

Interdição do Materno Infantil é “irresponsável e criminosa”, diz secretário da saúde

O secretário de Saúde Ismael Alexandrino, afirma que os pacientes que chegarem a porta do hospital serão atendidos.
O secretário de Saúde Ismael Alexandrino, afirma que os pacientes que chegarem a porta do hospital serão atendidos.

O governo de Goiás buscará na Justiça a reabertura do Hospital Materno Infantil na tentativa de retirar a interdição determinada por fiscalização do Ministério do Trabalho. Segundo o secretário de Saúde Ismael Alexandrino, a atitude de fechamento da unidade é “irresponsável e criminosa”.

Em entrevista nesta quarta-feira (1º), o secretário detalhou que o governo goiano tem um plano de adequações, mas não foi dado nenhum prazo para conclusão. “Operacionalmente nós estamos atacando a correção dos problemas que foram citados. A parte elétrica está sendo revisada, nós temos a equipe avaliando e fazendo os apontamentos necessários. Em relação aos containers que foi dito que eles são quentes, entramos em contato com a área de manutenção para que seja climatizado. Em relação a organização dos insumos nos postos de enfermagem é questão de processo de trabalho, isso não é motivo para interditar um hospital, e sim motivo para apresentar melhorias”, destaca.

De acordo com Alexandrino, o Estado deve entrar com ação cautelar para anular a decisão. “Judicialmente nós entraremos com ação cautelar para que haja uma anulidade desse termo de interdição. A nossa análise é que a indicação de problemas na estrutura é real, em relação a questão de insumos ela não corresponde a veracidade dos fatos. Nós não negamos o fato de que a estrutura não é adequada, mas nos refutamos por completo a forma que foi tomada por interdição. Nós consideramos uma medida totalmente desproporcional que coloca em risco a vida das pessoas que lá estão internadas”, pontua o secretário.

“A ação imediata nós impetraremos ou hoje à tarde ou amanhã, e caso não seja acatada pelo judiciário para que a vida daquelas pessoas não tenha risco de morte por essa atitude irresponsável, nós precisaremos na rede distribuir esses profissionais, e os pacientes que lá estão. São 25 leitos de UTI, mais de 100 leitos de enfermaria, certamente vai criar um tumulto na unidade”, completa o secretário.

Porém, o secretário afirma que os pacientes que chegarem a porta do hospital serão atendidos. “O hospital tem uma porta aberta, os pacientes que chegarem na porta nós não negligenciaremos o tratamento, isso é omissão de socorro e não faz parte da ética médica e não faz parte da boa gestão da saúde”, garante.

Ainda segundo Alexandrino, o termo determina que seja feita a interdição total do hospital e estabelece o prazo de 10 dias para apresentar o cronograma de evacuação. “Isso não é razoável, nós não temos como transportar esses pacientes no prazo de 10 dias. Certamente o restante da rede que já está sobrecarregado vão sofrer muito e isso vai gerar o caos”, relata.

Além disso, os servidores do Materno Infantil teriam de ser redistribuídos, são cerca de 1.100 na unidade. “Então, os celetistas provavelmente seriam demitidos e os estatutários removidos, nós vamos lutar para que isso não aconteça e como eu disse, nós não consideramos essa medida razoável e proporcional. A  medida é o veneno e não o remédio”, disse.

Novo Hospital

Sobre a construção de um novo hospital, o secretário esclarece que já está sendo feito estudo de terrenos e a expectativa é para os próximos três anos. “Temos o planejamento de fazer um novo hospital com a estrutura  de aproximadamente o dobro do Materno, nos próximos dois a três anos, estamos avaliando terrenos, em seguida projetos e inclusive já foi para a bancada federal pedir a verba cerca de R$ 150 milhões para que possamos construir  essa unidade”, conclui.

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