A intenção da Prefeitura de Goiânia de liquidar (extinguir) a Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg) e de vender áreas públicas, é alvo de duras críticas de ao menos dois pré-candidatos à cadeira de Rogério Cruz (Solidariedade) nas eleições deste ano. Adriana Accorsi (PT) se manifestou ainda na quinta-feira (23) à noite sobre a Comurg. Já Sandro Mabel (UB) criticou a venda de áreas.
“Preciso vir manifestar minha indignação ao ver uma administração que já mostrou que não sabe cuidar dessa cidade, vir agora, no apagar das luzes, dizer que vai extinguir uma companhia que pertence ao povo de Goiânia e que por tantas décadas cuidou da nossa cidade mantendo-a limpa, organizada e bonita”, criticou a petista em seu perfil no Instagram.
Ela manifestou solidariedade a todos os trabalhadores da Comurg “que estão sendo ameaçados de demissão, [gerando] uma grande insegurança. Eles merecem respeito”.
A provável liquidação da Comurg foi citada durante sessão do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), pelo secretário municipal de Finanças, Vinícius Henrique Alves. Ele informou que deve apresentar um termo de ajustamento de gestão (TAG) apontando para a extinção da Companhia.
Alves considera a possibilidade de a companhia se tornar independente da Prefeitura de Goiânia. Em nota à imprensa, ele fala que está traçando um planejamento estratégico, “com ações estipuladas, para que a dependência da Companhia em relação ao Executivo seja feita de maneira gradativa e prudente”.
Aponta, inclusive, que esse processo já iniciou com a terceirização da coleta do lixo pelo Limpa Gyn, “a fim de minimizar os impactos financeiros, evitando o comprometimento do equilíbrio fiscal do município”.
Na manifestação, o secretário afirma que o problema da Comurg é “latente, se arrasta por muitas gestões”. Sustenta também que o momento exige que seja encarado de frente, “para que soluções pautadas em decisões técnicas sejam tomadas com o objetivo maior de não prejudicar o funcionamento e a operação do município, e principalmente o de não afetar o goianiense”.
O secretário de Finanças assegura que os servidores, em uma “possível dependência e, por consequência, liquidação da Comurg”, não serão prejudicados. “Eles serão realocados de acordo com suas funções e cargos”, garantiu Vinícius Henrique Alves. Na nota ele informa que não há prazo para que o TAG seja apresentado ao TCM.
Sandro Mabel divulgou seu posicionamento contrário a venda de áreas públicas “Não se pode liquidar patrimônio da cidade simplesmente para fazer gastança. É preciso haver planejamento, dar uma destinação para essas áreas que promova maior desenvolvimento de Goiânia”, disse.
O pré-candidato se referia ao projeto da Prefeitura de vender áreas públicas da capital. A venda de 48 áreas públicas deve arrecadar R$ 342 milhões. Os recursos, segundo justifica a atual administração municipal, serão destinados para o pagamento de precatórios (dívidas do município com a Justiça). “No final das contas, é para gerar caixa para a Prefeitura”, frisa Mabel.
Mabel defende que essas áreas sejam destinadas para a criação de micro e pequenos distritos empresariais em Goiânia. “Mas com planejamento e propósito claro de desenvolver as regiões mais carentes da nossa capital”, frisa.
“Podemos trocar uma área pública de 5 mil metros quadrados em região mais valorizada da capital por outra quatro ou cinco vezes maior no Noroeste de Goiânia, por exemplo, e implantar um polo empresarial que vai gerar investimentos, empregos e desenvolvimento para a população dessa região”, defende Sandro Mabel.