Política

Insatisfeito, Caiado cobra resposta da Equatorial e Procon notifica empresa

As constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica, ocorridas nos últimos dias, levaram o governador Ronaldo Caiado a cobrar explicações da Equatorial Energia em Goiás nesta quinta-feira, 28. Caiado quer uma comunicação mais eficiente à população por parte da empresa.

Além disso, exigiu que a concessionária acompanhe melhor as variações climáticas que virão e faça os ajustes para evitar a repetição das quedas de energia. Já o Procon Goiás notificou a empresa a se explicar em 48 horas.

Ele se reuniu com o presidente da Equatorial no estado, Lener Jayme, acompanhado do secretário geral da governadoria, Adriano da Rocha Lima, do presidente do Procon Goiás, Levy Rafael Cornélio, e do secretário de comunicação, Gean Carvalho.

Soluções reais

“Precisamos de respostas e soluções reais. Não esperamos uma vara de condão para resolver magicamente todos os problemas, mas queremos investimentos, planejamento diante de mudanças climáticas, transparência e melhor comunicação com os goianos”, cobrou Caiado.

A entrada da Equatorial no mercado goiano, em dezembro do ano passado, teve muito incentivo por parte do governador. Ele desejava a substituição da concessionária anterior, a italiana Enel, muito criticada por falta de investimentos e falhas nos serviços.

Incomodado com o desempenho ruim dos últimos dias – os primeiros dias da primavera, que tende a ser chuvosa em Goiás -, o governador buscou “dar uma satisfação à população sobre o que ocorreu”. A Equatorial reiterou o que já havia dito em coletiva à imprensa um dia antes.

Justificativas

A concessionária justifica que as quedas foram em decorrência da onda de calor, imprevisível nacionalmente. “A demanda extrapolou mais de 16% do normal e a empresa justificou que  recebeu determinação na Aneel para desligar alguns circuitos, algumas redes, para evitar sobrecarga, com maiores sequelas”, relatou Caiado aos jornalistas.

O problema agravou, na opinião do governador, porque “faltou uma satisfação à população”.

A reportagem do Diário de Goiás buscou a posição da Equatorial sobre as recomendações e exigências do governador e ainda não obteve resposta.

Conforme divulgado pelo governo, Lener informou na reunião que a direção do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinou, na tarde de ontem, a interrupção da energia em subestações da região sudeste de Goiás para reduzir o impacto de sobrecargas.

Investimentos

Em nove meses de trabalho, segundo o presidente, foram investidos mais de R$ 1,3 bilhão.

Ronaldo Caiado ponderou que a Equatorial assumiu há apenas 9 meses, “e ninguém tem varinha de condão para resolver tudo em 9 meses”, mas ele cobrou empenho neste sentido. O governador disse que a empresa demonstrou que está investindo, permitindo entender que eles têm interesse em continuar operando em Goiás.

“Nos exigimos deles que todos os pontos sejam esclarecidos porque não podemos mais viver nessa angústia que já vivemos por quatro anos com a empresa anterior [Enel]”.

Caiado aproveitou para ressaltar a necessidade de preparação para o período chuvoso: “São questões sazonais que exigem ações preventivas. O sistema deve ser reforçado para evitar danos maiores”. Embora a fiscalização do serviço seja atribuição do Governo Federal, por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o governador tem repetido que vai acompanhar de perto soluções para o problema.

Notificação do Procon

Embora em Goiás a tarefa de fiscalizar e registrar reclamações (Ouvidoria) sobre a concessionária de energia elétrica tenha sido delegada pela Aneel para a Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR),  o governador determinou que o Procon Goiás monitore a prestação do serviço.

Foram registradas no Procon, entre 1º de agosto e 28 de setembro deste ano, 257 denúncias de consumidores contra a empresa. O principal problema apontado é justamente a interrupção no fornecimento de energia.

Segundo o superintendente do órgão, Levy Rafael, tem 48 horas para prestar esclarecimentos sobre os motivos da instabilidade e quais medidas efetivas foram e/ou serão tomadas para sanar os problemas, além de apresentação de documentos.

“O Procon Goiás está atento a essa questão e cobrará respostas efetivas da empresa, que flagrantemente presta um péssimo serviço aos cidadãos goianos, que estão enfrentando prejuízos incalculáveis com esses constantes apagões”, afirma.

Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.

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