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Editorial
| Em 4 anos atrás

Imunização contra a Covid-19 requer responsabilidade com a informação de dados

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O mal que se abateu sobre o mundo, no início de março do ano passado, já extrapolou, em muito, todos os piores prognósticos estabelecidos por autoridades e especialistas, no início da pandemia. No Brasil, a tragédia vai tomando ares de hecatombe, e o surrealismo do comportamento da população brasileira chega a ser chocante.

As autoridades envolvidas diretamente nas medidas de combate à pandemia do novo coronavírus, principalmente aquelas que acompanham a ciência e que estabelecem ações que são, de alguma forma, mais onerosas à economia, têm enfrentado avalanches de críticas e desgastes de toda ordem. A maioria, no entanto, permanece firme e fiel ao propósito de salvar vidas.

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Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado tem se destacado nacionalmente pela coerência e determinação quanto às medidas adotadas para conter a Covid-19. O democrata, desde o início da maior crise sanitária que se tem notícia no Brasil nos últimos 103 anos, vem estabelecendo medidas baseadas em estudos e pesquisas científicas, tudo com o intuito de poupar o maior número possível de vidas. A tarefa não tem sido fácil, mas seria bem pior se Goiás não tivesse feito o dever de casa.

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Caiado é um dos principais defensores do Plano Nacional de Imunização (PNI), um exitoso programa de vacinação criado em 1973 e que já foi responsável pela erradicação de várias doenças no Brasil, como o sarampo, por exemplo. Por conta do PNI, estados e municípios brasileiros vêm recebendo igualitariamente as doses dos imunizantes contra a Covid-19, fato que não estaria ocorrendo se cada ente federativo tivesse se aventurado na busca pela vacina mundo afora.

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Goiás já recebeu perto de 1,4 milhão de doses de vacinas CoronaVac e AstraZeneca, em 12 remessas enviadas ao Estado. A distribuição é feita equitativamente de acordo com o percentual da população de cada estado. A Goiás, cabe 3,3% de todas as vacinas produzidas e/ou importadas no Brasil. Essa é a mesma metodologia que o Estado usa para distribuir os imunizantes aos municípios.

Nesta semana, no entanto, a Secretaria Estadual de Saúde detectou que boa parte dos municípios goianos não estaria atualizando o registro das doses efetivamente aplicadas em sua população. Com isso, os dados registrados no Ministério da Saúde estariam subnotificados, não correspondendo à realidade. De acordo com o Governo de Goiás, se a autoridade municipal não alimenta o sistema com a informação da aplicação da vacina, para o Ministério da Saúde, aquele município estaria com a vacina em estoque, o que pode, inclusive, impedir que novas remessas cheguem àquela localidade.

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O governador Ronaldo Caiado fez um apelo para que os prefeitos e secretários de Saúde de todos os municípios goianos se atentem para esse fato e que, estando com os registros defasados no sistema, façam, o mais rápido possível, a sua atualização para que a população não seja prejudicada.

As medidas de enfrentamento à Covid-19, entre elas a vacinação, que é, sem dúvida, o meio mais eficaz de se vencer a pandemia, devem ser conduzidas com coragem e, principalmente, responsabilidade. Ao gestor, não basta determinar; é preciso fiscalizar e, quando necessário, operacionalizar as ações estabelecidas em protocolos federais, estaduais e/ou municipais. O registro da efetiva aplicação da vacina, embora burocrático, é um trabalho que precisa ser feito com a mesma atenção e rapidez dispensada às demais medidas.

Números da Secretaria Estadual de Saúde dão conta de que cerca de 406 mil doses de vacinas distribuídas aos municípios de Goiás não constam como aplicadas no banco de dados do Ministério da Saúde. Isso representa mais de 30% das doses distribuídas pelo Governo Estadual. Quanto à defasagem no percentual de vacinados, o índice, que deveria ser de 11% da população, aparece como sendo de 6,8%, um déficit de registros na ordem de 38%.

Para que Goiás não sofra um apagão de vacinas, é fundamental que os municípios atualizem seus registros quanto à efetiva aplicação dos imunizantes. Ademais, não justifica o Estado, estando entre os que mais vacinaram no Brasil, aparecer entre os com menos efetividade, uma vez que, sem os registros, a contabilização real é prejudicada.
Da mesma forma que é importante o município vacinar sua população, informar que vacinou também é.

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