28 de agosto de 2024
Empresas e Negócios

Impressão digital: uma biometria realmente segura e com ampla utilização!

(Foto/Reprodução)
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Você sabia que os sistemas biométricos de identificação vêm sendo usados em larga escala em nossa sociedade? A impressão digital, por exemplo, é comumente utilizada para verificação de identidade em academias de ginástica, em smartphones ou notebooks, saques bancários ou até mesmo para entrar em um condomínio.

Até mesmo no processo eleitoral estamos nos acostumando com essa realidade. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) , nas eleições de 2018, 73,7 milhões de eleitores, ou seja,  50% de toda a população brasileira apta a votar, realizaram a verificação de sua biometria por impressões digitais na chamada urna biométrica, a partir de um cadastro biométrico prévio realizado em conformidade com normas da Justiça Eleitoral.

A evolução da tecnologia no campo das biometrias é impressionante, mas ainda levanta algumas dúvidas em parte da população. Sobre esse assunto, o professor do curso de Pós-graduação em Perícia Criminal & Ciências Forenses do IPOG e especialista em impressões digitais, papiloscopia e biometria, Brasílio Caldeira Brant, esclarece que, com o advento da informática e da tecnologia, percebeu-se que mecanismos antigos de proteção contra fraldes eram frágeis e insuficientes antes da utilização das impressões digitais.

O mecanismo de cartão bancário e senha, por exemplo, não é algo suficientemente seguro. O cartão você já possui, a senha é algo que você sabe, mas falta, no entanto, “o que você é” e a biometria é o recurso que possibilita essa identificação. Essa variável única e pessoal é o que daria um nível realmente maior de proteção nos processos”, explica o professor.

Hoje em dia, a imensa quantidade de senhas, usernames, PINs, tokens e números diversos de contas atribuídas e sob responsabilidade de um indivíduo, pode sufocar usuários e organizações. Os usuários pedem a liberdade dessas amarras e as organizações o fim de terem que administrar sistemas de segurança diante dessa complexa realidade.

Os riscos que a criminalidade pode trazer ao quebrar estas chaves de segurança são cada vez mais sérios. A Biometria, de forma geral, oferece a possibilidade de salvaguardar ativos de informação por meio de um identificador teoricamente irrefutável e sempre presente: aquilo que o usuário é! No caso da impressão digital, esse ativo é claro, objetivo, aceito e barato”, esclarece Brasílio.

Os sistemas biométricos são hoje uma tendência mundial e que se popularizam a passos largos. Tais bases de dados são utilizadas no meio policial, na identificação civil, em cadastros bancários e para os mais diversos fins.

Cabe à impressão digital protagonismo nesse campo, já que traz diversas vantagens para o trabalho, principalmente quando envolve grandes grupos. O fato de já se ter uma grande aceitabilidade social e ser bastante econômico e prático também ajuda na sua implantação.

O professor Brasílio Caldeira Brant explica, adicionalmente, que um sistema biométrico adequado e seguro é aquele que respeita um conjunto de requisitos como:

  • Base em característica biométrica singular
  • Permanência e Imutabilidade
  • Mensurabilidade
  • Universalidade
  • Precisão de identificação
  • Proteção contra fraudes
  • Aceitabilidade social

Dentro de um banco biométrico deve-se garantir que todos os dados armazenados sejam de pessoas únicas. Ou seja, não podem haver dados biométricos da mesma pessoa com nomes diferentes”, exemplifica o professor.

Automatização do processo papiloscópico

Apoiada em tecnologia moderna, baseada em parâmetros de consistência, segurança e confiabilidade, tal ferramenta visa suprimir as deficiências dos sistemas manuais de classificação.

O Sistema Automatizado de Identificação de Impressões Digitais (Automated Fingerprint Identification System – AFIS) une a Papiloscopia à Informática, de forma a agilizar o processo de identificação, promover a sua ampla utilização e potencializar as vantagens inerentes à identificação papiloscópica.

Em 2004, a Polícia Federal instalou no Instituto Nacional de Identificação, em Brasília, um sistema AFIS comprado de uma empresa francesa que revolucionou a forma de trabalho com os bancos de impressões digitais.

Durante décadas, os arquivos datiloscópicos criminais e civis foram organizados manualmente e a partir de fórmulas datiloscópicas. Tal método funcionou muito bem, porém apresentando diversas limitações.

Entre elas a possibilidade de pesquisa somente no órgão central em Brasília e desde que houvesse suspeitos para a comparação, além da enorme quantidade de serviço que demandava aos papiloscopistas, dificultando a realização de diversas outras tarefas importantes.

Atualmente, o AFIS da PF já possui cerca de duzentos e vinte milhões de impressões digitais para pesquisa e passa por um processo de expansão e modernização da plataforma para a inclusão de mais uma biometria (Evolução para ABIS).


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