22 de dezembro de 2024
Saúde • atualizado em 23/01/2024 às 08:43

IMAS reconhece problemas contratuais e afirma que tomará providências sobre inadimplências

Em relação ao valor da dívida, o Imas, afirma que existe um estudo em andamento sendo realizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG)
Além da inadimplência, alguns servidores municipais alegam que tiveram o tratamento oncológico interrompido pelo Imas de Goiânia. (Reprodução/Sindhoesg).
Além da inadimplência, alguns servidores municipais alegam que tiveram o tratamento oncológico interrompido pelo Imas de Goiânia. (Reprodução/Sindhoesg).

Ao Diário de Goiás, o Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores de Goiânia (Imas) afirma que já está em negociação com prestadores que interromperam o atendimento por falta de pagamento. O problema já vem há um tempo sendo reportado pelo Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Goiás (Sindhoesg), que afirma que os pagamentos estão atrasados há mais de um ano.

Em novembro de 2023, foi realizada uma audiência pública na Câmara Municipal de Goiânia para discutir a situação do Imas. A presidente do Sindilabs-Go e da FEHOESG, Christiane do Valle, na época, destacou que a dívida do instituto com os prestadores de serviços de saúde já ultrapassa R$ 150 milhões. Em relação ao valor da dívida, o Imas, afirma por meio de nota que existe um estudo em andamento sendo realizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), aonde será apresentado o déficit do órgão e um cronograma de pagamento a ser executado pelo Instituto.

O Sindilabs conta que a inadimplência do Imas tem um impacto negativo direto na população de Goiânia, que pode sofrer com a falta de atendimento à saúde. “Além do impacto na saúde física e mental das pessoas, a inadimplência do Imas pode aumentar a procura pela rede pública, inflando ainda mais o sistema”, disse Christiane do Valle.

Segundo o instituto, várias ações estão sendo realizadas para uma resolutiva, como: a análise e proposta organizacional da Universidade Federal de Goiás incluindo um cronograma de pagamento aos prestadores e um projeto de lei que será encaminhado para a Câmara Municipal de Goiânia que propõe mais autonomia na gestão do órgão e a atualização de contratos com seus prestadores.

Tratamento oncológico

Além da inadimplência, alguns servidores municipais alegam que tiveram o tratamento oncológico interrompido pelo Imas de Goiânia, sem aviso prévio, e mesmo tendo um desconto mensal de R$ 600 da folha salarial. O motivo seria a falta de repasse de verba da prefeitura para os atendimentos.

Em nota o instituto explica que nenhum paciente ficará sem atendimento e está em negociação com o Hemolabor. “Atualmente há sete pacientes em tratamento oncológico no Hemolabor, que continuarão recebendo assistência oncológica no Ingoh”, explicou o Imas.

Em resposta, o Hemolabor explica que desde os começos dos atrasos, o grupo vem tentando sanar essas pendências e que mesmo após notificar o Imas, não obteve resposta. “Por respeito e proteção aos pacientes em tratamento contra o câncer, o Hemolabor prosseguiu prestando o atendimento completo e multidisciplinar, porém os atrasos inviabilizaram o Hemolabor de dar continuidade aos tratamentos”, diz a nota enviada ao Diário de Goiás.

Confira a nota do Imas na íntegra:

“NOTA

O Imas esclarece que nenhum paciente ficará sem atendimento e está em negociação com o Hemolabor.

Atualmente há sete pacientes em tratamento oncológico no Hemolabor, que continuarão recebendo assistência oncológica no Ingoh.

O Imas reforça seu compromisso com os 81 mil usuários do plano, e segue trabalhando para que todos os usuários recebam tratamento de qualidade.”

Confira nota do Hemolabor na íntegra:

“NOTA RESPOSTA – HEMOLABOR

Sobre a suspensão de atendimento de pacientes do IMAS que fazem tratamento oncológico, o Hemolabor esclarece que os atrasos nos pagamentos tiveram início em abril de 2023 e que se aproxima de R$ 15 milhões, o que inviabilizou a continuidade nos atendimentos. A unidade hospitalar esclarece que o câncer exige um tratamento prolongado, e que os atrasos dos repasses, que começaram em abril de 2023, são referentes aos tratamentos já prestados pela unidade, ou seja, o Hemolabor primeiro presta o serviço e recebe posteriormente.

Desde o começo dos atrasos, o grupo vem tentando sanar essas pendências com o plano de saúde, sem sucesso. Há 30 dias, o IMAS também foi notificado pelo Hemolabor e o grupo seguiu sem resposta. Por respeito e proteção aos pacientes em tratamento contra o câncer, o Hemolabor prosseguiu prestando o atendimento completo e multidisciplinar, porém os atrasos inviabilizaram o Hemolabor de dar continuidade aos tratamentos.

Como a transparência com os pacientes é um dos pilares do Hemolabor, os pacientes do IMAS que são atendidos na unidade foram avisados com antecedência sobre a suspensão dos atendimentos. O Hemolabor lamenta a situação e ressalta que está à disposição do plano de saúde para as negociações e retomada do atendimento o mais rápido possível.”


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