O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) disse a Polícia Federal em depoimento realizado nesta sexta-feira (13/01) que ficou “revoltado” com membros da Polícia Militar do DF confraternizando com golpistas que promoviam o caos na sede dos Três Poderes, no último domingo (08/01).
Ele também destacou que pode ter havido “algum tipo de sabotagem”, com relação à segurança pública, mas que a investigação deverá esclarecer. Os detalhes do depoimento foram revelados pelo jornal Metrópoles.
Ainda de acordo com o depoimento, Ibaneis soube da viagem do ex-secretário do Distrito Federal, Anderson Torres aos Estados Unidos apenas por telefone e durante o calor dos atos. Rocha ligou para o então titular que disse que não estava no Brasil e passou o contato para o secretário interino, Fernando de Souza Oliveira.
Oliveira, tranquilizou Ibaneis, afirmando que os manifestantes estavam chegando pacificamente ao QG do Exército para a manifestação. Ibaneis, teria liberado os atos, desde que permanecessem pacíficos.
No entanto, os ânimos afloraram e o quebra-quebra foi iminente. À Polícia Federal, Ibaneis justificou a exoneração de Torres ao dizer que o ex-titular se ausentou do país num momento de “trágico acontecimento” e então, perdeu a confiança.
Governadora interina saiu em defesa de Ibaneis
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), já havia saído em defesa de Ibaneis na última segunda-feira (09/01), tanto pelas redes sociais como na reunião que o presidente Lula (PT) realizou com outros governadores.
Ela disse que o seu titular é um homem democrata e que “por infelicidade recebeu várias informações equivocadas durante todo o momento de crise”.
A reunião que era para acontecer no final do mês foi antecipada em decorrência da escalada golpista no domingo (08), em Brasília, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) saíram vandalizando os prédios dos Três Poderes, na capital federal.
Celina subiu o tom e disse que não irá tolerar mais cenas como as vistas nas últimas horas. “Mais importante que isso é reafirmar que o governo do Distrito Federal é um governo que realmente coaduna com a democracia”, destacou.
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