26 de setembro de 2024
Meio Ambiente • atualizado em 25/09/2024 às 16:26

“Ibama foi sucateado”: superintendente do órgão em Goiás detalha dificuldades para retomar atividades

Nelson Galvão destacou atuação do Ibama Goiás nas ações de combate a incêndios criminosos e as medidas necessárias para retomar trabalhos após governo Bolsonaro
Superintendente do Ibama Goiás, Nelson Galvão, destaca atuação do órgão no combate à queimadas no país. Foto: Altair Tavares/DG
Superintendente do Ibama Goiás, Nelson Galvão, destaca atuação do órgão no combate à queimadas no país. Foto: Altair Tavares/DG

Um dos principais órgãos na defesa do meio ambiente no Brasil e, atualmente, na linha de frente no combate aos incêndios florestais criminosos, o (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos) Ibama Goiás, ainda se recupera do desmonte enfrentado durante o governo Bolsonaro. No momento, o órgão de defesa atua com sete brigadas contra incêndios, com 15 agentes em cada, trabalhando em combates em regiões federais distribuídas pelo país, inclusive em Goiás.

Ao Diário de Goiás, o Superintendente do Ibama Goiás, Nelson Galvão, relatou que após o episódio do “projeto nacional de deixar a boiada passar”, fazendo alusão à polêmica envolvendo o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que causou o “sucateamento” do Ibama, somente agora o órgão está recebendo investimentos.

“São anos sem investimentos no pessoal, ou seja, nos recursos humanos e nos recursos materiais. Esse ano nós já renovamos a frota de veículos locados, 23 viaturas novas, barcos, locação de equipamentos, de helicóptero, lanchas, aviões, tudo no sentido de dar uma maior operacionalidade nas suas atividades, que são amplas e muito importantes para a nossa sociedade, nesse momento em que vivemos toda essa questão da emergência climática”, destacou. 

Atuação contra queimadas

De acordo com Galvão, durante este período crítico que o país enfrenta, com dezenas de ocorrências de queimadas em diversos Estados, o Ibama atua com combatentes contratados em período temporário, somente como reforço para as épocas de maior demanda. “Eles são remunerados e são contratados durante seis meses por ano para atender esses períodos críticos. Quando não estão fazendo combate ao incêndio, eles estão fazendo também as queimas prescritas, que são queimas necessárias para que o fogo não se propague tanto em regiões com maior potencial”, explicou Nelson.

Segundo o Superintendente, atualmente, 50% do efetivo está alocado em outros Estados para auxiliar nos combates a incêndios. O restante, atua dentro de Goiás, especialmente na queimada que consome o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás. “Os outros estão ou nas suas áreas de atuação, nos seus pontos de atuação ou estão em Alto Paraíso, em ajuda ao ICMBio, que enfrenta a queimada lá na Chapada dos Veadeiros”, detalhou.

Em duas semanas, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros já passa pelo terceiro incêndio. O Ibama atua na linha de frente, juntamente com o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO), o ICMBio, o PrevFogo, e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), obedecendo o Plano Operacional que prevê a participação e o trabalho de diferentes instituições. No segundo incêndio, pelo menos 11 mil hectares da reserva já haviam sido consumidos pelo fogo.

Nelson Galvão ressalta que os problemas com queimadas não prejudicam somente a fauna e flora locais, com destruição das áreas de reservas, mas também os produtores rurais, e reitera que este problema que promete trazer danos futuros. “O risco de incêndio, não só nas áreas federais, mas nas áreas particulares, nas fazendas, tem trazido muito prejuízo ao agronegócio e vai continuar trazendo para frente. Então, esse não é um problema de agora, esse é um problema nosso para o futuro também”, pontua.


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