O Parlamento da Hungria aprovou nesta terça-feira (7) a detenção automática de todos os migrantes em busca de asilo no país.
Eles ficarão detidos em campos na fronteira sul durante o período de processamento de seus pedidos de asilo, impedidos de circular livremente.
A medida, criticada por organizações humanitárias, foi aprovada por ampla maioria.A Hungria havia suspendido a prática de deter migrantes em 2013 após pressão da União Europeia e da ONU.
O país é governado pelo premiê radical Viktor Orbán, contrário à política de portas abertas defendida por países europeus como a Alemanha, que recebeu quase 900 mil migrantes em 2015.Orbán justifica o endurecimento de suas políticas como uma resposta a ataques terroristas cometidos por migrantes dentro da Europa.
Ao apresentar a proposta, Zoltán Kovács, porta-voz do governo, afirmou que há uma “mudança de atmosfera” na Europa após a eleição do republicano Donald Trump à Presidência dos EUA, em novembro passado.VISTO
HUMANITÁRIO
Em uma decisão paralela, o Tribunal de Justiça da União Europeia decidiu na terça-feira que os Estados-membros não são obrigados a conceder vistos de entrada a pessoas sob risco de tortura ou tratamento desumano.
O visto por razões humanitárias é uma via de entrada para refugiados vindos de países em guerra ou extrema pobreza, como a Síria, o Sudão e o Afeganistão.
A decisão da corte europeia foi tomada em relação ao caso de uma família síria vinda da cidade de Aleppo, duramente afetada pelos últimos anos de guerra, que pedia visto para a Bélgica.As autoridades belgas afirmaram, ao recusar o pedido, que obrigar a concessão de vistos humanitários abriria os portões do país a migrantes em busca de asilo.
(FOLHAPRESS)
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