05 de dezembro de 2025
INDEFINIÇÃO CONTINUA

Horário de verão pode voltar? Governo avalia cenário energético e retoma discussão

MME confirma que retorno do horário de verão segue em análise; cenário energético e riscos de apagão pesam na decisão
Possibilidade de retorno do horário de verão continua em discussão no MME - Foto: arquivo
Possibilidade de retorno do horário de verão continua em discussão no MME - Foto: arquivo

Suspenso desde 2019, um retorno do horário de verão voltou a ser discutido pelo governo federal, mas agora com menor probabilidade do que no mês passado. Por outro lado, continua no radar, tanto que ressurgiu com força nas redes sociais a ponto de o Ministério de Minas e Energia (MME) divulgar nota confirmando que o assunto é permanentemente avaliado pela Pasta, mas que continua sem definição.

A questão climática embala a avaliação. A nota informa que as condições dos reservatórios são favoráveis, evoluindo dentro da normalidade ao longo do período seco, deixando o Sistema Interligado Nacional (SIN) em situação melhor em comparação com 2024.

Comitê está subsidiando Ministério para a decisão

“Estudos até fevereiro de 2026 confirmam o pleno atendimento de energia, conforme foi destacado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico”, diz o governo, conforme a CNN Brasil.

O MME informou que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) mantém o acompanhamento do sistema elétrico e vem subsidiando as autoridades com informações atualizadas “para fins da decisão mais adequada”.

Na última vez, horário durou de novembro a fevereiro

Caso a decisão seja por implementar novamente o horário de verão, se ele se basear no último, de 2019, entraria em vigor em novembro, seguindo até fevereiro do próximo ano.

Ao suspender o horário de verão em 2019, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro justificou com mudança de hábitos de consumo. Na época, foi alegado que o consumo diário de eletricidade na parte da tarde havia crescido, enfraquecendo os resultados e desestimulando o adiantamento do horário.

No mês passado, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) chegou a se antecipar e sugerir o retorno do horário de verão como alternativa para mitigar riscos de apagões no país.

Segundo o Plano da Operação Energética (PEN 2025), lançado na época,  o sistema elétrico nacional poderia enfrentar problemas para atender à demanda de potência nos horários de pico, especialmente no fim do dia, pelos próximos cinco anos, caso leilões de potência não sejam realizados.

ONS recomendava horário de verão em agosto

Diante do cenário preocupante, o ONS apontou o retorno do horário de verão entre as medidas alternativas estudadas.

A avaliação do ONS, que abrange o período de 2025 a 2029, apontava a crescente necessidade de despacho de usinas térmicas flexíveis para suprir a demanda nos horários de pico. A recomendação, contudo, dependia das projeções de atendimento dos  meses seguintes.

O documento já diagnosticava que a geração de energia no país tem crescido, impulsionada majoritariamente por fontes intermitentes, como a eólica, solar e a mini e microgeração distribuída (MMGD). Embora essas fontes sejam cruciais para a transição energética, a solar e a MMGD, em particular, produzem significativamente menos energia no período noturno, justamente quando a demanda por potência atinge seu pico.

Essa mudança no perfil da matriz elétrica, com a maior participação de renováveis, tem imposto novos desafios à operação do Sistema Interligado Nacional (SIN). 


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