Durante uma reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, esta semana, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) Márcio Rea, recomendou a volta do horário de verão.
Depois, em entrevista à Agência iNFRA, Rea listou os motivos para a retomada, ressaltando que ela “passa pela necessidade de se deslocar a demanda de energia do horário de ponta”.
O que os especialistas enfatizam é que o horário de maior demanda de energia, que é no final da tarde e início da noite (chamada “rampa da carga”), é o mesmo em que as fontes de energia solar não tem mais eficiência.
Apesar dessa recomendação da ONS, o diretor reconhece que a decisão final é política, ou seja, passa pelo Ministério de Minas e Energia e, em última instância, o aval pode vir do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, pesa a análise de impacto em outros setores da economia.
Em 2024, diante da maior estiagem dos últimos 70 anos no país, o debate sobre a retomada do horário de verão já havia movimentado os setores envolvidos. O ONS, inclusive, chegou a recomentar a volta do horário de verão por identificar potencial de redução de até 2,9% da demanda máxima por energia no país.
Estudo do ONS
Segundo o estudo do ONS, o horário de verão ajuda a minimizar a chamada “rampa da carga” entre 18h e 19h, ou seja, o horário no fim do dia em que o país perde a geração solar fotovoltaica, mas o consumo de energia elétrica cresce. O ajuste nos relógios iria postergar a demanda máxima em até duas horas, alongando os impactos da saída da solar e minimizando o risco de problemas no abastecimento do país.
Mas, na época, a avaliação foi de que não havia mais prazo. Com isso, a suspensão vem desde 2019.
Atualmente a discussão sobre o retorno do horário de verão em 2025, vem depois que o leilão de reserva de capacidade que aconteceria no próximo mês foi cancelado. Com isso o mercado passou a temer o risco de déficit no atendimento nos picos de demanda por eletricidade no segundo semestre desse ano.
Leia mais sobre: ONS / Volta do horário de verão / Cidades / Economia