O toma lá, dá cá continua.
Enquanto petistas e peemedebistas brigam pela manutenção do
governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), no relatório da CPI
nacional sobre o caso Cachoeira, os tucanos manobram daqui o ápice de
uma “revanche” política ancorada pela Comissão da Assembleia Legislativa.
O que se observa nos bastidores da Casa goiana é comemoração pela
prorrogação das investigações no Estado.
O motivo?
Com o novo prazo estipulado, até 5 de abril do próximo ano, Jardel
Sebba (PSDB), presidente da Assembleia e prefeito eleito de Catalão,
já estará no comando do Executivo da cidade. Após tantos
desentendimentos políticos, uma investigação profunda da gestão do
arquirrival Adib Elias (PMDB) poderá marcar o novo contexto eleitoral.
Será a consolidação da vitória. Mais que isso: a consolidação da
derrota do peemedebista em uma cidade onde há anos reinavam absolutos
e onde Jardel era freguês eleitoral.
Independente dos contratos firmados entre o município e a empresa
Delta Construções, do contraventor Carlinhos Cachoeira, os constrangimentos serão inevitáveis.
Não há quebra de sigilos fiscais ou telefônicos que não prejudiquem um administrador.
Seguindo os preceitos de sua criação, a CPI – versão Goiás – servirá
como ponta de chicote no jogo de barganhas políticas. O insucesso dos
tucanos lá (Brasília) tem reflexos diretos no sucesso aqui.
A situação só será outra no caso de uma atitude brusca do PMDB
estadual. Para blindar o ex-presidente, o partido precisará de
argumentos fortes. Um bom motivo para impor respeito, ou mesmo medo.
E isso logo agora que Adib deixou o comando do partido, assumido pelo
deputado Samuel Belchior, que não tem sido voz oposicionista forte
logo là, no palco da CPI do Marconi e Jardel: na Assembleia Legislativa.
É… O cenário não é nada favorável ao ex-prefeito de Catalão. E ele,
o que vai fazer? Será sepultado politicamente?