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Cidades
| Em 11 meses atrás

Homem transexual é o primeiro em Goiás a receber tratamento de hormonioterapia pelo SUS

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Eduardo Araújo de Jesus, de 35 anos, é o primeiro transexual em Goiás a receber tratamento de hormonioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na última terça-feira (12), ele recebeu a notícia de que o medicamento será disponibilizado gratuitamente após aguardar retorno da Defensoria Pública de Goiás. Para o jornal Diário de Goiás (DG), Eduardo contou um pouco sobre a sua trajetória e o sentimento em receber o tratamento pelo SUS.

Segundo Eduardo, a notícia foi recebida com alegria e satisfação. “É com muita alegria e com muita satisfação que eu recebi essa notícia e, para mim, é algo muito importante, porque como o nosso processo de hormonização é para a vida inteira, acabava que era um grande gasto financeiro para manter o uso hormonal”, diz.

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Para Eduardo, a conquista é para todos os homens trans. “Isso é um grande direito adquirido, para mim como cidadão e contribuinte, e para os demais homens trans, porque isso não é uma conquista para mim, é para todos. Eu quero que todos conquistem também, da mesma forma que eu, que acho que é um direito de todos, igualitário, então eu fico muto feliz”, afirma.

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Trajetória

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De acordo com Eduardo, o processo de transição dele começou um pouco “mais tarde”, por já ter 35 anos, mas que se entende como homem trans desde pequeno. “Diferente, pelas vivências, tinha muito contato com primos e gostava mais do universo masculino do que feminino”, relata.

Ele relembra que o tratamento é recente tanto em Goiânia, quanto no Brasil, portanto a transição veio um pouco tardia. “Eu sempre tive vontade de ser quem eu realmente sou. Então essa é uma vitória minha e dos demais homens trans. É uma vitória para todos, para mostrar que a gente tem direito, que é cidadão, que vive e que também conseguimos alcançar nossos direitos”, celebra.

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Eduardo conta que faz tratamento no TX, no ambulatório do Hospital Alberto Rassi (HGG), há dois anos e sete meses. “Em abril faço três anos no projeto, sou assistido por ótimos especialistas e médicos”, relata.

Segundo ele, a luta é diária e constante. “Eu quero que todos saibam que essa luta é todos os dias, nossa luta não para. Os movimentos sociais que vão atrás dessas conquistas com a ajuda de homens trans, mulheres trans que estão à frente na batalha e nunca desistem. A gente não quer ser só pessoas julgadas, a gente quer que as pessoas saibam que a gente existe”, finaliza.

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Maria Paula

Jornalista formada pela PUC-GO em 2022 e MBA em Marketing pela USP.