Aos 58 anos, Márcio Antônio Silva faleceu no Rio de Janeiro de problemas do coração. O homem ficou conhecido após uma foto que o mostra recolocando as cruzes de protesto em memória das vitímas da Covid-19 rodar o mundo.
As cruzes pretas colocadas na praia de Copacabana haviam sido retiradas por um bolsonarista, e Márcio, que perdeu o filho para a doença, resolveu recolocá-las em suas posições. Depois disso, o coordenador Censitário do IBGE ficou conhecido e chegou a depor na CPI da Covid no Senado.
Considerada uma das cenas mais fortes da pandemia, a fotografia é resultado de um protesto feito pela ONG Rio de Paz, que fez 100 covas nas areias de Copacabana, no Rio, com 100 crucifixos pretos, representando as vítimas da Covid. Naquela data, 11 de junho de 2020, o Brasil registrava 40 mil mortes, hoje já são quase 700 mil.
No dia do ato, Márcio ainda vivia o luto da morte do filho Hugo, que na ocasião já contava dois meses e, ao passar pela praia e se deparar com a cena das cruzes sendo derrubadas, resolveu fincá-las de volta. Em um vídeo divulgado pelo G1, na época, Márcio fala sobre a dor da perda do filho. “Meu nome é Márcio, pai do Hugo, que faleceu aos 25 anos de Covid-19. Só queria dizer que a dor do pai é muito grande. É ter que conviver todo dia com essa dor, com os pensamentos”, diz ele.
Para justificar a ação, ele ressaltou: “Gostaria, por favor, que as pessoas tivessem mais empatia e compaixão pelas pessoas, pelas vítimas, por todos nós”. De acordo com informações do G1, o enterro de Márcio está previsto para a tarde desta terça-feira (4), no Rio de Janeiro.
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